segunda-feira, 30 de abril de 2012

Jornada Diocesana da Juventude


Dia 29 de abril aconteceu em Leopoldina a 5ª Jornada Diocesana da Juventude. Frei Gabriel se fez presente, juntamente com vários jovens de nossa paróquia de Rosário da Limeira.
A jornada teve início com uma calorosa acolhida e oração na paróquia São José Operário, depois saímos em caminhada, rumo a Catedral, com muita animação e alegria e seguindo um trio elétrico ao som de músicas católicas muito animadas. Na catedral celebramos a Santa Missa presidida por Monsenhor Alexandre, onde a réplica da cruz da Jornada Mundial da Juventude foi passada para a forania de Ubá. Após o almoço os jovens foram divididos nas várias tendas vocacionais, cada uma tratando de uma vocação específica. As tendas tinham o objetivo de esclarecer as dúvidas dos jovens a respeito da vocação.
Depois dos jovens passarem pelas tendas, voltaram para catedral onde receberam a benção final.
Rezemos pelos nossos jovens, para que eles demonstrem e coloquem a serviço esta animação, este entusiasmo no dia a dia das suas comunidades.





domingo, 29 de abril de 2012

Devoção Franciscana à Virgem Maria


Neste mês de Maio, "mês de Maria", publicaremos neste espaço algumas reflexões acerca da importância de Maria na espiritualidade cristã e, particularmente, na espiritualidade franciscana. Iniciamos com um texto de Frei Constantino Koser acerca da devoção de Francisco à Mãe do Salvador.


O intenso amor a Cristo-Homem, qual o praticara São Francisco e qual o legara à sua Ordem, não podia deixar de atingir Maria Santíssima. Já as razões do coração católico de São Francisco e seu cavaleirismo o levavam a amor aceso da virgem Mãe de Deus. “Seu amor para com a bem-aventurada Mãe de Cristo, a puríssima Virgem Maria, era de fato indizível, pois nascia em seu coração quando considerava que ela havia transformado em irmão nosso o próprio Rei e Senhor da glória e que por ela havíamos merecido alcançar a divina misericórdia. Em Maria, depois de Cristo, punha toda a sua confiança. Por isto a escolheu para advogada sua e de seus religiosos, e em sua honra jejuava devotamente desde a festa de São Pedro e São Paulo até à festa da Assunção”.
São Francisco não é apenas um santo muito devoto, muito afeiçoado à Mãe de Deus, mas é um dos santos em que a piedade mariana aparece numa floração original e singular, sem contudo se afastar, por pouco que seja, das linhas marcadas pela Igreja. A Idade Média, da qual é Filho, teve uma piedade mariana cheia dos mais suaves encantos, porque fundada toda sobre a nobreza de sentimentos e a cortesia de atitudes de cavaleiros. Os cavaleiros se consideravam paladinos da honra e da glória de Maria Santíssima.
São Francisco, que em sua concepção específica da vida religiosa partia deste ideal e que considerava os seus como “cavaleiros da Távola Redonda”, cultivou com esmero e com intensidade toda sua o serviço da Virgem Santíssima nos moldes do ideal cavaleiroso, condicionado pelo seu conceito e pela sua prática da pobreza. Nada mais comovente e delicado na vida deste Santo, que a forte e ao mesmo tempo meiga e suave devoção à Mãe de Deus. Derivada do amor de Deus e de Cristo, orientada pelo Evangelho e vazada nos moldes e costumes do cavaleirismo medieval, transposto a uma sobrenaturalidade, pureza e força singularíssima, esta piedade mariana do Santo fundador é parte integrante do que legou à sua Ordem e aí foi cultivada com esmero.
São Francisco fez dos cavaleiros de “Madonna Povertá” os paladinos dos privilégios e da honra da Mãe de Cristo. As fontes da vida e da espiritualidade de São Francisco são unânimes em narrar quanto a igrejinha da Porciúncula minúscula, pobre e abandonada na várzea ao pé de Assis, igrejinha de Nossa Senhora dos Anjos – atraía as atenções de São Francisco e prendia a sua dedicação. Atraiu as suas atenções, quando estava para cumprir, segundo a interpretação que lhe dava, a ordem de Cristo de reconstruir a Igreja Santa. O edifício ameaçava ruínas. São Francisco pôs mãos à obra e em pouco tempo, com pedras e cal de “Madonna Povertá”, restituiu a estrutura da capela: “Vendo-a (a capela) São Francisco em tão ruinoso estado, e movido por seu indizível e filial afeto da soberana Rainha do universo, se deteve ali com o propósito de fazer quanto fosse possível para a sua restauração… Fixou neste lugar a sua morada, movido a isto pela sua reverência aos santos anjos, e muito mais pelo entranhado amor da Mãe Bendita de Cristo”.
Depois de assinalado por Cristo com os sinais gloriosos, mas dolorosos da Paixão, São Francisco voltou à Porciúncula. De lá partia novamente para pregar, mas voltava sempre. Os irmãos, apreensivos pela sua saúde combalida, obrigaram-no a permitir o levassem aonde melhor podiam atender ao tratamento reclamado pelo eu estado. Quando, porém, ia findar o tempo que Deus lhe concedera, e sabia quando findaria, São Francisco pediu que o levassem novamente à capelinha da Virgem dos Anjos. À sombra da igrejinha entregou sua alma a Deus no trânsito incomparável que foi o seu. Maria Santíssima, tão agraciada por Deus, possui encantos mil e à semelhança do seu Filho Divino é tão rica que um coração humano não pode venerar de uma só vez todas as prerrogativas de que foi cumulada pela generosidade divina.
Há desta forma a possibilidade das mais variadas devoções da Virgem, há a possibilidade de cada qual venerá-la e amá-la sob o aspecto que mais o comove, que mais o inflama.

(Frei Constantino Koser. Extraído do Livro “O Pensamento Franciscano”, Editora Vozes)

sábado, 28 de abril de 2012

Mensagem do Papa pelo Dia Mundial de Oração pelas Vocações



Amados irmãos e irmãs!
O XLIX Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que será celebrado no IV domingo de Páscoa – 29 de Abril de 2012 –, convida-nos a refletir sobre o tema «As vocações, dom do amor de Deus».
A fonte de todo o dom perfeito é Deus, e Deus é Amor – Deus caritas est –; «quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele» (1 Jo 4, 16). A Sagrada Escritura narra a história deste vínculo primordial de Deus com a humanidade, que antecede a própria criação. Ao escrever aos cristãos da cidade de Éfeso, São Paulo eleva um hino de gratidão e louvor ao Pai pela infinita benevolência com que predispõe, ao longo dos séculos, o cumprimento do seu desígnio universal de salvação, que é um desígnio de amor. No Filho Jesus, Ele «escolheu-nos – afirma o Apóstolo – antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em caridade na sua presença» (Ef 1, 4). Fomos amados por Deus, ainda «antes» de começarmos a existir! Movido exclusivamente pelo seu amor incondicional, «criou-nos do nada» (cf. 2 Mac 7, 28) para nos conduzir à plena comunhão consigo.
À vista da obra realizada por Deus na sua providência, o salmista exclama maravilhado: «Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a Lua e as estrelas que Vós criastes, que é o homem para Vos lembrardes dele, o filho do homem para com ele Vos preocupardes?» (Sal 8, 4-5). Assim, a verdade profunda da nossa existência está contida neste mistério admirável: cada criatura, e particularmente cada pessoa humana, é fruto de um pensamento e de um ato de amor de Deus, amor imenso, fiel e eterno (cf. Jer 31, 3). É a descoberta deste fato que muda, verdadeira e profundamente, a nossa vida.
Numa conhecida página das Confissões, Santo Agostinho exprime, com grande intensidade, a sua descoberta de Deus, beleza suprema e supremo amor, um Deus que sempre estivera com ele e ao qual, finalmente, abria a mente e o coração para ser transformado: «Tarde Vos amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei! Vós estáveis dentro de mim, mas eu estava fora, e fora de mim Vos procurava; com o meu espírito deformado, precipitava-me sobre as coisas formosas que criastes. Estáveis comigo e eu não estava convosco. Retinha-me longe de Vós aquilo que não existiria, se não existisse em Vós. Chamastes-me, clamastes e rompestes a minha surdez. Brilhastes, resplandecestes e dissipastes a minha cegueira. Exalastes sobre mim o vosso perfume: aspirei-o profundamente, e agora suspiro por Vós. Saboreei-Vos e agora tenho fome e sede de Vós. Tocastes-me e agora desejo ardentemente a vossa paz» (Confissões, X, 27-38). O santo de Hipona procura, através destas imagens, descrever o mistério inefável do encontro com Deus, com o seu amor que transforma a existência inteira.
Trata-se de um amor sem reservas que nos precede, sustenta e chama ao longo do caminho da vida e que tem a sua raiz na gratuidade absoluta de Deus. O meu antecessor, o Beato João Paulo II, afirmava – referindo-se ao ministério sacerdotal – que cada «gesto ministerial, enquanto leva a amar e a servir a Igreja, impele a amadurecer cada vez mais no amor e no serviço a Jesus Cristo Cabeça, Pastor e Esposo da Igreja, um amor que se configura sempre como resposta ao amor prévio, livre e gratuito de Deus em Cristo» (Exort. ap. Pastores dabo vobis, 25). De fato, cada vocação específica nasce da iniciativa de Deus, é dom do amor de Deus! É Ele que realiza o «primeiro passo», e não o faz por uma particular bondade que teria vislumbrado em nós, mas em virtude da presença do seu próprio amor «derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo» (Rm 5, 5).
Em todo o tempo, na origem do chamamento divino está a iniciativa do amor infinito de Deus, que se manifesta plenamente em Jesus Cristo. «Com efeito – como escrevi na minha primeira Encíclica, Deus caritas est – existe uma múltipla visibilidade de Deus. Na história de amor que a Bíblia nos narra, Ele vem ao nosso encontro, procura conquistar-nos – até à Última Ceia, até ao Coração trespassado na cruz, até às aparições do Ressuscitado e às grandes obras pelas quais Ele, através da ação dos Apóstolos, guiou o caminho da Igreja nascente. Também na sucessiva história da Igreja, o Senhor não esteve ausente: incessantemente vem ao nosso encontro, através de pessoas nas quais Ele Se revela; através da sua Palavra, nos Sacramentos, especialmente na Eucaristia» (n.º 17).
O amor de Deus permanece para sempre; é fiel a si mesmo, à «promessa que jurou manter por mil gerações» (Sal 105, 8). Por isso é preciso anunciar de novo, especialmente às novas gerações, a beleza persuasiva deste amor divino, que precede e acompanha: este amor é a mola secreta, a causa que não falha, mesmo nas circunstâncias mais difíceis.
Amados irmãos e irmãs, é a este amor que devemos abrir a nossa vida; cada dia, Jesus Cristo chama-nos à perfeição do amor do Pai (cf. Mt 5, 48). Na realidade, a medida alta da vida cristã consiste em amar «como» Deus; trata-se de um amor que, no dom total de si, se manifesta fiel e fecundo. À prioresa do mosteiro de Segóvia, que fizera saber a São João da Cruz a pena que sentia pela dramática situação de suspensão em que ele então se encontrava, este santo responde convidando-a a agir como Deus: «A única coisa que deve pensar é que tudo é predisposto por Deus; e onde não há amor, semeie amor e recolherá amor» (Epistolário, 26).
Neste terreno de um coração em oblação, na abertura ao amor de Deus e como fruto deste amor, nascem e crescem todas as vocações. E é bebendo nesta fonte durante a oração, através duma familiaridade assídua com a Palavra e os Sacramentos, nomeadamente a Eucaristia, que é possível viver o amor ao próximo, em cujo rosto se aprende a vislumbrar o de Cristo Senhor (cf. Mt 25, 31-46). Para exprimir a ligação indivisível entre estes «dois amores» – o amor a Deus e o amor ao próximo – que brotam da mesma fonte divina e para ela se orientam, o Papa São Gregório Magno usa o exemplo da plantinha: «No terreno do nosso coração, [Deus] plantou primeiro a raiz do amor a Ele e depois, como ramagem, desenvolveu-se o amor fraterno» (Moralia in Job, VII, 24, 28: PL 75, 780D).
Estas duas expressões do único amor divino devem ser vividas, com particular vigor e pureza de coração, por aqueles que decidiram empreender um caminho de discernimento vocacional em ordem ao ministério sacerdotal e à vida consagrada; aquelas constituem o seu elemento qualificante. De fato, o amor a Deus, do qual os presbíteros e os religiosos se tornam imagens visíveis – embora sempre imperfeitas –, é a causa da resposta à vocação de especial consagração ao Senhor através da ordenação presbiteral ou da profissão dos conselhos evangélicos. O vigor da resposta de São Pedro ao divino Mestre – «Tu sabes que Te amo» (Jo 21, 15) – é o segredo duma existência doada e vivida em plenitude e, por isso, repleta de profunda alegria.
A outra expressão concreta do amor – o amor ao próximo, sobretudo às pessoas mais necessitadas e atribuladas – é o impulso decisivo que faz do sacerdote e da pessoa consagrada um gerador de comunhão entre as pessoas e um semeador de esperança. A relação dos consagrados, especialmente do sacerdote, com a comunidade cristã é vital e torna-se parte fundamental também do seu horizonte afetivo. A este propósito, o Santo Cura d’Ars gostava de repetir: «O padre não é padre para si mesmo; é-o para vós» [Le curé d’Ars. Sa pensée – Son cœur ( ed. Foi Vivante - 1966), p. 100].
Venerados Irmãos no episcopado, amados presbíteros, diáconos, consagrados e consagradas, catequistas, agentes pastorais e todos vós que estais empenhados no campo da educação das novas gerações, exorto-vos, com viva solicitude, a uma escuta atenta de quantos, no âmbito das comunidades paroquiais, associações e movimentos, sentem manifestar-se os sinais duma vocação para o sacerdócio ou para uma especial consagração.É importante que se criem, na Igreja, as condições favoráveis para poderem desabrochar muitos «sins», respostas generosas ao amoroso chamamento de Deus.
É tarefa da pastoral vocacional oferecer os pontos de orientação para um percurso frutuoso. Elemento central há de ser o amor à Palavra de Deus, cultivando uma familiaridade crescente com a Sagrada Escritura e uma oração pessoal e comunitária devota e constante, para ser capaz de escutar o chamamento divino no meio de tantas vozes que inundam a vida diária. Mas o «centro vital» de todo o caminho vocacional seja, sobretudo, a Eucaristia: é aqui no sacrifício de Cristo, expressão perfeita de amor, que o amor de Deus nos toca; e é aqui que aprendemos incessantemente a viver a «medida alta» do amor de Deus. Palavra, oração e Eucaristia constituem o tesouro precioso para se compreender a beleza duma vida totalmente gasta pelo Reino.
Desejo que as Igrejas locais, nas suas várias componentes, se tornem «lugar» de vigilante discernimento e de verificação vocacional profunda, oferecendo aos jovens e às jovens um acompanhamento espiritual sábio e vigoroso. Deste modo, a própria comunidade cristã torna-se manifestação do amor de Deus, que guarda em si mesma cada vocação. Tal dinâmica, que corresponde às exigências do mandamento novo de Jesus, pode encontrar uma expressiva e singular realização nas famílias cristãs, cujo amor é expressão do amor de Cristo, que Se entregou a Si mesmo pela sua Igreja (cf. Ef 5, 25).
Nas famílias, «comunidades de vida e de amor» (Gaudium et spes, 48), as novas gerações podem fazer uma experiência maravilhosa do amor de oblação. De fato, as famílias são não apenas o lugar privilegiado da formação humana e cristã, mas podem constituir também «o primeiro e o melhor seminário da vocação à vida consagrada pelo Reino de Deus» (Exort. ap. Familiaris consortio, 53), fazendo descobrir, mesmo no âmbito da família, a beleza e a importância do sacerdócio e da vida consagrada. Que os Pastores e todos os fiéis leigos colaborem entre si para que, na Igreja, se multipliquem estas «casas e escolas de comunhão» a exemplo da Sagrada Família de Nazaré, reflexo harmonioso na terra da vida da Santíssima Trindade.
Com estes votos, concedo de todo o coração a Bênção Apostólica a vós, veneráveis Irmãos no episcopado, aos sacerdotes, aos diáconos, aos religiosos, às religiosas e a todos os fiéis leigos, especialmente aos jovens e às jovens que, de coração dócil, se põem à escuta da voz de Deus, prontos a acolhê-la com uma adesão generosa e fiel.
Papa Bento XVI

terça-feira, 24 de abril de 2012

Encontro das CEBs em Eugenópolis




Nos dias 20, 21 e 22 de abril, aconteceu em Eugenópolis o encontro das CEB’s, Comunidades Eclesiais de Base da micro região Zona da Mata, compostas pelas dioceses de Leopoldina, Juiz de Fora e São João Del Rey.
O encontro foi assessorado pelo padre Joimar, pároco de Eugenópolis. O tema trabalhado foi acerca do profetismo, com o intuito de já nos preparar para o 13º intereclesial das CEB’s que acontecerá de 07 a 11 de janeiro de 2014, em Juazeiro do Norte no Ceará na diocese de Crato, cujo tema é: Justiça e profecia a serviço da vida e o lema: CEB’s: romeiras do reino no campo e na cidade.
            Ao final do encontro foi feito uma breve explicação do que são as CEB’s e também uma memória dos 12 intereclesiais realizados.
            O encontro contou com muito entusiasmo e alegria de todos os participantes, principalmente dos jovens que marcaram presença. Nossa fraternidade se fez presente com alguns leigos das nossas comunidades de Rosário da Limeira e Belisário.

Outros pilares para a sustentabilidade


Leonardo Boff faz uma interessante reflexão sobre desenvolvimento sustentável. 
Vale à pena conferir!

Para ser sustentável o desenvolvimento há de ser economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto. Já submetemos à crítica este modelo standard. Mas devemos ser justos. Houve analistas e pensadores que se deram conta das insuficiências deste tripé. Acrescentaram-lhes outras pilastras complementares. Vejamos algumas delas.
Gestão da mente sustentável: Para que exista um desenvolvimento sustentável importa previamente construir novo design mental, chamado por seu formulador, o Prof. Evandro Vieira Ouriques, da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, de gestão da mente sustentável. Tenta resgatar o valor da razão sensível pela qual o ser humano se sente parte da natureza, se impõe um autocontrole para superar a compulsão ao produtivismo e ao consumismo. Visa a um desenvolvimento integral, e não só econômico, o que envolve dimensões do humano. É um avanço inegável. Melhor seria se entendesse Terra-Humanidade-Desenvolvimento como um único e grande sistema interconectado, fundando um novo paradigma.
Generosidade: Rogério Ruschel, editor da revista eletrônica Business do Bem, acrescentou uma outra pilastra: a categoria ética da generosidade. Esta se funda num dado antropológico básico: o ser humano não é apenas egoísta buscando seu bem particular, mas é muito mais um ser social que coloca os bens comuns acima dos particulares ou os interesses dos outros no mesmo nível de seus próprios. Generoso é aquele que comparte, que distribui conhecimentos e experiências sem esperar nada em troca. Uma sociedade é humana quando além da justiça necessária incorpora a generosidade e o espírito de cooperação de seus cidadãos.
Para Ruschel, a generosidade se opõe frontalmente ao lema básico do capital especultativo do greed is good, isto é, boa é a ganância. Ela não é boa; mas, perversa, porque quase afundou todo o sistema econômico mundial. Na generosidade há algo de verdadeiro porque especificamente humano. Na feliz metáfora do jornalista Marcondes, da ONG Envolverde, há que se distinguir a generosidade da simplesfilantropia, da responsabilidade social e da sustentabilidade. A primeira, dá o peixe ao faminto; aresponsabilidade social, ensina a pescar; a sustentabilidade preserva o rio que permite pescar e com o peixe matar a fome. Entretanto, parece-nos, que somente ela é insuficiente. Demanda outras dimensões como a superação da desigualdade, a forma de consumo e a atenção à comunidade de vida que precisa também ser alimentada e preservada.
Cultura: Em 2001 o australiano John Hawkes lançou "o quarto pilar da sustentabilidade: a função essencial da cultura no planejamento público”. No Brasil foi mérito de Ana Carla Fonseca Reis, fundadora da empresa "Garimpo de Soluções” e autora do livro Economia da Cultura e Desenvolvimento Sustentável de tê-la assumido, difundindo-a em muitos cursos e palestras. Este dado da cultura é fundamental, porque encerra princípios e valores ausentes no conceito standard de sustentabilidade Favorece o cultivo das dimensões tipicamente humanas como a coesão social, a arte, a religião, a criatividade e as ciências. Deixa para trás a obsessão pelo lucro e pelo crescimento material e abre espaço para uma forma de habitar a Terra que condiz melhor com a lógica da natureza. Ocorre que esta dimensão da cultura foi sequestrada pelos interesses comerciais. Só será realmente eficaz quando, libertada, fundar uma relação criativa com a natureza.
neuroplasticidade do cérebro: Cientistas se dão conta de que a estrutura neural do cérebro é extremamente plástica. Através de comportamentos críticos ao sistema consumista, se podem gerar hábitos de moderação e respeitadores dos ciclos da natureza. O cérebro coevolui consonante a evolução exterior, dando-se ai uma relação de interdependência.
Por fim, o Cuidado essencial: eu mesmo desenvolvi a categoria "cuidado” como essencial para a sustentabilidade. Entendo o cuidado exposto em dois textos – Saber cuidar: ética do humano-compaixão pela Terra (1999) e O cuidado necessário (2012) como uma constante cosmológica e biológica. Detalhes podem ser lidos nos livros referidos.
Nesta fase de busca de formas mais adequadas para garantir a vitalidade da Terra e o futuro de nossa espécie, toda contribuição é bem vinda e sempre traz alguma luz.


Leonardo Boff
Teólogo, filósofo e escritor


Fonte: www.adital.com.br

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Sobre o aborto de anencéfalos

Damos espaço em nosso blog a esta importante declaração da CNBB. Vale à pena conferir!




A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB lamenta profundamente a decisão do Supremo Tribunal Federal que descriminalizou o aborto de feto com anencefalia ao julgar favorável a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 54. Com esta decisão, a Suprema Corte parece não ter levado em conta a prerrogativa do Congresso Nacional cuja responsabilidade última é legislar.

Os princípios da “inviolabilidade do direito à vida”, da “dignidade da pessoa humana” e da promoção do bem de todos, sem qualquer forma de discriminação (cf. art. 5°, caput; 1°, III e 3°, IV, Constituição Federal), referem-se tanto à mulher quanto aos fetos anencefálicos. Quando a vida não é respeitada, todos os outros direitos são menosprezados, e rompem-se as relações mais profundas.

Legalizar o aborto de fetos com anencefalia, erroneamente diagnosticados como mortos cerebrais, é descartar um ser humano frágil e indefeso. A ética que proíbe a eliminação de um ser humano inocente, não aceita exceções. Os fetos anencefálicos, como todos os seres inocentes e frágeis, não podem ser descartados e nem ter seus direitos fundamentais vilipendiados!

A gestação de uma criança com anencefalia é um drama para a família, especialmente para a mãe. Considerar que o aborto é a melhor opção para a mulher, além de negar o direito inviolável do nascituro, ignora as consequências psicológicas negativas para a mãe. Estado e a sociedade devem oferecer à gestante amparo e proteção

Ao defender o direito à vida dos anencefálicos, a Igreja se fundamenta numa visão antropológica do ser humano, baseando-se em argumentos teológicos éticos, científicos e jurídicos. Exclui-se, portanto, qualquer argumentação que afirme tratar-se de ingerência da religião no Estado laico. A participação efetiva na defesa e na promoção da dignidade e liberdade humanas deve ser legitimamente assegurada também à Igreja.

A Páscoa de Jesus que comemora a vitória da vida sobre a morte, nos inspira a reafirmar com convicção que a vida humana é sagrada e sua dignidade inviolável.

Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, nos ajude em nossa missão de fazer ecoar a Palavra de Deus: “Escolhe, pois, a vida” (Dt 30,19).



Cardeal Raymundo Damasceno Assis

Arcebispo de Aparecida

Presidente da CNBB

domingo, 15 de abril de 2012

Jubileu de Prata de Irmã Fani em Belisário

A Matriz de Belisário sediou uma solene celebração eucarística, muito participada e alegre. Celebramos os 25 anos de Vida Religiosa de Ir Fani, Missionária de Cristo, natural de Belisário. Nos últimos quinze dias, seis irmãs da Congregação das Missionárias de Cristo se fizeram presentes nas diversas comunidades da paróquia preparando esse momento. Foi com muita alegria que celebramos seu jubileu de prata de consagração como religiosa e os 60 anos de vida matrimonial de seus pais, Sr Lincoln e D. Anastácia. Uma festa que Belisário não irá esquecer!








 

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Hino do Congresso Clariano


SANTA CLARA CLAREOU
 Zé Vicente – tom  Em

Santa Clara a tua estrela, clareou,clareou!

Na  constelação do amor, clareou,clareou! //

Salve o teu nome, Flor Bela de Assis!

Foi o Cristo pobre que te fez feliz.

Junto ao Irmão Francisco, na paixão  da Paz

Seguiste o Caminho(Jo 14,6), sem voltar atrás!

Salve a tua história, de rara firmeza!
Vivendo o exemplo da  livre pobreza
Mais de oito séculos, hoje festejamos
O teu  testemunho,oi, alegres cantamos!

Salve o teu exemplo,sempre a ser seguido!
Teu ensinamento  jamais esquecido!
Cruz e Eucaristia;  dor e comunhão
Partida e chegada, de tua vocação!

Salve a tua vida, toda consagrada
Na luz do Evangelho; foste iluminada!
Força feminina para o bem da Igreja
Clara, irmã querida, sempre amada sejas!

quarta-feira, 11 de abril de 2012

No caminho de Santiago de Compostela

Nos próximos dias um dos irmãos de nossa fraternidade, Rodrigo Daniel, estará fazendo o Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. Um caminho de pura espiritualidade e mística.
Segundo tradição antiga, nosso Pai São Francisco de Assis fez esse caminho no ano de 1214. Publicamos aqui um texto que fala desse evento na vida do Pai Seráfico.
Que seja um tempo santo para nosso irmão e que ele volte revigorado para ao serviço aos pequenos!
São Francisco de Assís …nas pedras do Caminho
Natalino Saludes
No próximo ano 2014 se cumprirão 800 anos da peregrinação a Santiago de São Francisco de Assís. Com este horizonte a largo prazo estou buscando as pegadas e tradições de Francisco de Assis no Caminho de Santiago. A tradição oral é muito forte e por si mesma merece uma grande credibilidade, ainda que resulte impossível encontrar um ponto de apoio incontestável, tanto documental como testemunhal.
Com esta inquietude recorri o Caminho buscando todas aquelas pedras que podem contar-nos algo sobre o passo de Francisco de Assís e para minha alegria encontrei um cento delas.
Marco histórico.
A peregrinação de Francisco de Assis a Santiago se situa no marco da reconquista cristiana da península ibérica e de seu afã de iniciar o evangelho aos mulçumanos, com a palavra e sem a violência dos Cruzados.
Os reis de Espanha pediram ao papa Inocêncio III sua bendiçáo para uma Cruzada contra El-Mumenin, “Miramamolin”, emir dos almohades, com capital em Sevilha. Em 1212 Ximénez de Rada foi a Roma pedir ao Papa a aprovação de uma Cruzada no Ocidente contra os almohades, que ele mesmo predicou em toda a Europa como grande ameaça para a Cristandade. Em Pentecoste de 1212 Inocencio III impõe desde Roma um jejum de três dias pela vitória dos Cristiano em Espanha.
Poucos meses antes Francisco de Assis viu-se frustrado seu intento de embarcar até Síria; y em seguida lhe surge outra oportunidade de lutar contra os mulçumanos. Ainda que não seja seu terceiro intento, em 1219, quando por fim conseguiu anunciar sua PAZ ao Sultán de Egito Melek el Kamel, neto de Saladino, durante a Quinta Cruzada.
Os lugares que guardam tradição de sua presença em Espanha marcam um itinerário que bem poderia dirigir-se até Sevilha até que em algum lugar Francisco compreendeu a impossibilidade de seu projeto e desde a Cidade Rodrigo se encaminhará até Compostela bem por devoção a Santiago, - como afirmam os documentos do séc.XIV-, bem por tomar o caminho de regresso mais conhecido da Cristandade.
Em cambio, a tradição chegada a nós, e a escrita a partir do séc.XIV, diz que Francisco de Assis, em sua intenção de chegar à terra de mulçumanos, tomou o Caminho de Santiago por ser a via que todos os europeus tomavam.
Dois fatos que situam a Francisco de Assis em Itália que marcam o prazo e tempo em que ele pode realizar sua peregrinação: A Páscoa de 1213 quando ele recebe a doação do Monte Alvernia, em Novembro de 1215 quando assiste ao IV Concílio de Letrán. Ainda com esta amplitude de tempo seria muito difícil aceitar todo o recorrido fundacional do missioneiro que marcaria o conjunto de todas as tradições locais existentes.
Projeto Franciscano.
O que não admite dúvida alguma é que a Peregrinação Jacobea foi um projeto da primeira geração franciscana em seu programa de expansão e com a necessidade que a igreja tinha de homens fiéis e santos para combater os hereges.
Uma primeira expedição foi em 1217 há mando de Bernardo de Quintavalle. E em 1219, Juan Parente encabeçava um envio de 100 frades, por encargo do Capítulo General. Desta missão saíram à maioria das fundações que hoje em dia se diz fundada por Francisco de Assís em 1214, quando ainda se resistia a que seus frades se estabelecessem em conventos e abandonassem a vida itinerante.
Pedras do séc.XIII que falam de Francisco de Assís:
Francisco de Assís entraria na Espanha pelo caminho aragonês segundo a tradição de que dormiu em Undés de Lerda e de ali passou a Sangüesa.
A tradição local de Sangüesa a Velha conta que, São Francisco chegou à capela de San Bartolomé donde pôs a Paz entre os vizinhos. E nela fundaria o seu primeiro convento franciscano em Espanha. Rocaforte seria segundo Gonzaga, o lugar em que Francisco, caminho de Santiago, pediu a Bernardo de Quintavalle que ficasse cuidando de um doente.
Olite.
A igreja de Santa Maria la Real de Olite, datada no séc.XIII conta em sua fachada gótico-românico com quatro capitéis historiados.
Uma das cenas apresenta há três franciscanos, um dos quais sustem uma filacteria com este texto: “Franciscus Penitens”. Não necessariamente estão dizendo que Francisco passou por aqui; poderia tratar-se de uma admiração pessoal do cantero a um Francisco de Assís que conheceu ou que teve uma ordem para esculpir.
Cañas.
As monjas cistercienses de Cañas guardavam duas tradições orais: memória do lugar donde se hallaba o sepulcro da abadessa Urraca López de Haro, morta e quase santa em 1262 com 92 anos. E a amizade entre esta abadessa e São Francisco de Assís, peregrino a Santiago, que aqui se hospedou.
Em 1898 escavaram e encontraram o sepulcro segundo a tradição. Em o sepulcro de pedra se hallan talhados os assistentes a seu enterro, entre os quais dois franciscanos que, segundo a tradição conservada na memória, São Francisco havia deixado a encargo a quem com ele peregrinara, de que assistissem ao enterro desta mulher em atenção a sua amizade.
Burgos e Leon.
Conta Gonzaga, no s.XVI, que em Burgos; Francisco de Assís se viu com o Rei de Castilla, a quem apresentou a Regra de sua Ordem. E este encontro é o que se representa em ambas as catedrais: Em Burgos Francisco guarda fila atrás outros santos para presentear sua oferenda a Fernando III o Santo. A cena situa-se no tímpano da porta da Coronería. Em Leon, na porta central do Poente, Francisco está em frente ao Rei. Ambas as cenas situam no marco do Juízo Final.
Quem também apresentou credenciais ao Rei foi Juan Parente em 1219, segundo o protocolo habitual de fundação.
Villafranca del Bierzo.
Ainda que não exista pedra que conte, Villafranca é um dos lugares donde há tradição esta muito viva. São Francisco se hospedou no Hospital del Señor Santiago, hoje convento de Clarissas, junto ao qual a Vila lhe cedeu um terreno.
Santiago de Compostela.
Os dados sobre a presença de São Francisco em Santiago dariam para muitas páginas. O monastério beneditino entregou a Francisco um solar, no lugar de Valdedeus, para o assentamento de seu convento. A cambio Francisco se compromete a que seus irmãos paguem uma cesta de peixes cada ano em conceito de aluguel, tradição que se manteve até o s.XIX.
E a tradição mais forte e a do carbonero Cotolay, que vivia no monte Pedroso, junto a ermitã de San paio. Cotolay havia acolhido Francisco e ajudado a construir o convento.
Está muito documentada a presença em Compostela da família de D. Pedro Cotolaya, cuja estirpe não seria de humildes carboneros se não de homens acaudalados, e enobrecidos. Cotolay, por tanto, pode ter sido um burgês compostelano que ofereceu ajuda aos primeiros frades menores e ao mesmo Francisco.
Na ermita de San Paio conservou-se até faz um século uma imagem de São Francisco, datada no séc.XIII que havia sido uma imagem do homem que se conheceram neste lugar.
Cidade Rodrigo.
E entre todas as tradições que situam a Francisco de Assis por debaixo do Caminho de Santiago destaco a desta vila pelo testemunho de uma iconografia surpreendente na Catedral de Ciudad Rodrigo. Ademais de várias cenas franciscanas, tem uma imagem de pedra, do séc.XIII no arranque de um nervo da terceira bóveda, que caracteriza a Francisco de Assís com báculo (cajado) de caminhante em forma de Tau, descalço semblante jovem, sem barba e com as orelhas salientes, - tal como lhe define seu biógrafo Celano - e se conta que se cultivou em memória de seu passo pela cidade. A talha desta imagem coincide com uma segunda fase das obras da Catedral, reanudadas a partir de 1212.
Tudela.
Em seu regresso até ao norte são muitas também as povoações que contam a sua presença. Destaco a Tudela, donde se conta que a família dos Veraiz acolheu a Francisco e promoveu a presença franciscana em Tudela.
As tradições que lhe situam em Cataluña nos marcariam um itinerário de regresso à Itália passando por Barcelona, Vic.
Outras tradições locais nos marcariam um itinerário pelo caminho Jacobeo do Norte: Vitória, San Sebastián, Santander, Viveda em Santander, Oviedo, Torrelavega....
Outras que estão bastante longe de um itinerário coeretne: La Coruña, Lisboa, Arévalo e madrid, San Miguel del Monte em Guadalajara ou Huete em Cuenca.

http://www.caminhodesantiago.com/albergue/noticias_acacio/s_francisco_assis.html

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Encenação da Paixão em Limeira

A praça de Rosário de Limeira ficou pequena para conter todos os que vieram participar da encenação da Paixão e da Procissão de Enterro. Apesar da forte chuva que caiu na hora da procissão, a participação popular foi impressionante.
Com muitos figurantes, a encenação ficou muito bonita e emocionante!

Missões na Semana Santa

Contando com a ajuda das Irmãs Missionárias de Cristo, de Jundiaí -SP, e de alguns vocacionados, realizamos missões em várias comunidades das paróquias de Nossa Senhora do Rosário e Santo Antônio. Visitas às casas e celebrações foram marcadas por muita animação, alegria e fraternidade.













sábado, 7 de abril de 2012

Via Sacra na manhã da sexta-feira santa

Uma grande multidão se uniu para meditar os passos da via sacra, partindo da Igreja Matriz de Rosário da Limeira até o cruzeiro no alto da cidade. Centenas de pessoas participaram com muita devoção da meditação da paixão de Cristo. Um bonito espetáculo de fé!









Páscoa: alegria e entusiasmo!

Na manhã do domingo ressoou um alegre grito: “Ressuscitou!! Ele está vivo!”
O sol passou a brilhar mais forte, não havia mais trevas; os rostos mudaram de feição: de tristeza para alegria; de desânimo e decepção para entusiasmo e vibração; de frustração para sonho...
Mais uma vez vivenciamos o Domingo de Páscoa. É hora de reacendermos em nós a fé. Uma fé corajosa, capaz de transformar o que não anda bem. É momento de nos encontrarmos, darmo-nos as mãos, reestabelecermos a amizade, a fraternidade...
Busquemos viver intensamente este espírito pascal, na alegria do Ressuscitado, rompendo com tudo o que impede a vida em abundância: mentiras, divisões, competições, traições e toda e qualquer forma de maldade.
Assumamos com empenho o anúncio do Evangelho, pois é este o mandato do Cristo Ressuscitado: “Ide pelo mundo...” Sejamos verdadeiros discípulos e missionários, semeemos vida e alegria por onde passarmos. Pois não dá para ficar triste quem realmente acredita que Jesus Ressuscitou.
Feliz Páscoa para todos!

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Cristo, nossa páscoa, foi imolado



José Lisboa de Moreira de Oliveira
Adital

Sabemos que a origem da Páscoa cristã remonta a tradições religiosas anteriores ao mundo da Bíblia. Inicialmente era uma festa para celebrar a chegada da primavera no hemisfério norte. Depois ela passou a ser também um momento cultual de agricultores, no qual se oferecia às divindades os primeiros frutos da terra. Quando as populações mediterrâneas se tornaram nômades e pastoris, a festa da Páscoa passou a ser um ritual para oferecer aos deuses os primogênitos dos animais. Uma espécie de culto de gratidão e ao mesmo tempo de súplica pela prosperidade e fertilidade da terra e dos rebanhos. Mais tarde, quando tribos nômades da então Canaã se juntam para formar o povo de Israel, a Páscoa passou a ser a festa da libertação, vista como a passagem de Javé pelo Egito para tirar o povo da escravidão.
Com a chegada do cristianismo, a Páscoa judaica, aos poucos, foi se convertendo em Páscoa de Jesus. Passou-se a celebrar a ressurreição de Cristo, evento central da fé cristã. Um dos primeiros escritos cristãos, datado entre os anos 54 a 57 d. C., assim se expressava: "Se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é vazia e também é vazia a fé que vocês têm” (1Cor 15,14). A fé na ressurreição de Jesus é a crença na vitória de Cristo sobre a morte. Ele morreu, mas está vivo e caminha conosco. Assim sendo, a celebração da Páscoa cristã é a celebração da vida: "A morte foi engolida pela vitória. Morte, onde está a sua vitória? Morte, onde está o seu ferrão?” (1Cor 15,54-55).
Portanto, celebrar a Páscoa é celebrar a vida, com toda a sua beleza e riqueza. Não teria, pois, sentido celebrar a Páscoa aceitando passivamente todas aquelas formas de violência e de ódio que ceifam vidas humanas e destroem o nosso planeta, única casa que temos para viver. Neste sentido, a Páscoa cristã, recuperando a simbologia da Páscoa judaica, é a festa do compromisso e do engajamento, da luta pela liberdade e contra todas as formas de escravidão.
A Páscoa é a festa da disponibilidade, a festa da audácia, do convite para ir à luta, na busca da terra prometida, ou seja, da justiça que gera igualdade e equidade. A Páscoa não pode ser celebrada por quem cruza os braços e aceita tudo resignadamente. Segundo a tradição judaica, durante a Páscoa Deus passa para libertar, mas as pessoas precisam acolher essa passagem lutando e conquistando o espaço da liberdade. Por essa razão, diz a narrativa simbólica da Páscoa judaica, é preciso celebrá-la "com cintos na cintura, sandálias aos pés e cajado na mão” (Êx 12,11). Assim sendo, a celebração da Páscoa é convite à prontidão. Sem sair do próprio lugar, sem ir à procura, sem enfrentar os desafios, a liberdade e a libertação não virão.
As primeiras comunidades cristãs entenderam isso muito bem e desde cedo falaram da Páscoa como imolação de Jesus: "Cristo, nossa páscoa, foi imolado” (1Cor 5,7). Não se trata de um elogio fúnebre ao sacrifício de Jesus, à sua morte brutal, uma vez que essas comunidades tinham consciência de que Jesus não fora mandado por Deus para morrer de modo violento. Jesus fora enviado para anunciar uma Boa Notícia aos pobres: a libertação de toda forma de opressão (Lc 4,18-19). A sua morte brutal foi o resultado de um pacto entre o poder político romano e o poder religioso do templo. Ambos se uniram para eliminar um profeta incômodo que, anunciando a libertação dos cativos, ameaçava esfacelar um sistema construído sobre a opressão política e religiosa do povo (Jo 19,9-12).
Sendo celebração da vida, a Páscoa cristã, recuperando a simbologia judaica (Êx 12,1-20), foi vista desde o início como a festa da imolação. Imolação entendida como coragem para romper com sistemas e situações que impedem a vida de desabrochar. Os sistemas religiosos e políticos, corruptos e violentos, que geram morte e destroem a vida são, de acordo com os primeiros cristãos, o "fermento velho” que faz a vida apodrecer. Por essa razão é preciso celebrar a Páscoa "sem fermento”, ou seja, sem corrupção, sem adesão a tais sistemas (1Cor 5,6-8). Sem isso, diz esse texto do cristianismo nascente, haverá só malícia e perversidade.
Portanto, celebrar a Páscoa não é comer ovo de chocolate e sair por aí distribuindo figurinhas de coelhinho e nem "santinhos” de Jesus ressuscitado. Precisamos retornar às origens e entender a Páscoa como festa da vida e como compromisso para que a vida seja sempre uma festa. Sem engajamento e sem participação da nossa parte, sem compromisso com a justiça e sem luta, a Páscoa se transforma numa celebração consumista, voltada para o superficial e para o medíocre. Não será a festa da libertação e da ressurreição de Jesus.
Nós cristãos muitas vezes agimos como aquelas primeiras pessoas que na madrugada do domingo de Páscoa foram procurar Jesus no túmulo. Mais de dois mil anos depois nós nos comportamos como se Cristo estivesse apodrecido no sepulcro. Não temos esperança, não acreditamos na vida, não nos comprometemos com nada. Vivemos com medo e só pensando em nós mesmos. É hora de agirmos como anjos da ressurreição, gritando para todos os que fazem parte do cristianismo: "Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que está vivo? Ele não está aqui! Ressuscitou!” (Lc 24,5-6).
É hora de dizermos que o encontro com a vida plena, com o Ressuscitado, não se dá na escuridão dos túmulos do egoísmo, mas na claridade, na luz da abertura para o outro, na solidariedade. Mas para que tal encontro aconteça é indispensável o deslocamento para a Galileia, ou seja, para as periferias do mundo. Por mais contraditório que possa parecer, é na periferia que se dá a verdadeira Páscoa. Ali todos nós podemos encontrar aquele que é a Vida e o sentido para as nossas vidas: "Vão anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão” (Mt 28,10). Oxalá, nesta Páscoa, tenhamos a coragem de realizar este deslocamento, que, às vezes, é mais mental e cultural do que físico e geográfico. Isso nos permitirá um verdadeiro encontro com o Ressuscitado!

domingo, 1 de abril de 2012

Domingo de Ramos em Rosário da Limeira

Uma grande multidão se reuniu na Matriz de Nossa Senhora do Rosário para dar início às celebrações da Semana Santa, com a Missa do Domingo de Ramos e da Paixão. Uma bonita manifestação de fé!