Conforme já anunciamos anteriormente aqui em nosso blog, no domingo, dia 30, realizamos nosso primeiro trabalho missionário dessa nova etapa do "Projeto Vai Missionário" da Forania de Muriaé.
A missão aconteceu na comunidade de Silveira Carvalho, distrito de Barão de Monte Alto. Cerca de 250 missionários compareceram, vindo das diversas paróquias da forania. Nossas paróquias de Nossa Senhora do Rosário e de Santo Antônio se fizeram presentes, bem como toda a nossa fraternidade franciscana.
Todas as família do distrito foram visitadas. O povo de Silveira Carvalho preparou com muito zelo a acolhida dos missionário. Foi um excelente começo!
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
sábado, 29 de outubro de 2011
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Discurso do Papa em Assis: "Peregrinos da verdade, peregrinos da paz"
Assis, Itália
Quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Queridos irmãos e irmãs,
distintos Chefes e representantes das Igrejas e Comunidades eclesiais e das religiões do mundo,
queridos amigos,
Passaram-se 25 anos desde quando pela primeira vez o beato Papa João Paulo II convidou representantes das religiões do mundo para uma oração pela paz em Assis. O que aconteceu desde então? Como se encontra hoje a causa da paz? Naquele momento, a grande ameaça para a paz no mundo provinha da divisão da terra em dois blocos contrapostos entre si. O símbolo saliente daquela divisão era o muro de Berlim que, atravessando a cidade, traçava a fronteira entre dois mundos. Em 1989, três anos depois do encontro em Assis, o muro caiu, sem derramamento de sangue. Inesperadamente, os enormes arsenais, que estavam por detrás do muro, deixaram de ter qualquer significado. Perderam a sua capacidade de aterrorizar. A vontade que tinham os povos de ser livres era mais forte que os arsenais da violência. A questão sobre as causas de tal derrocada é complexa e não pode encontrar uma resposta em simples fórmulas. Mas, ao lado dos factores econômicos e políticos, a causa mais profunda de tal acontecimento é de carácter espiritual: por detrás do poder material, já não havia qualquer convicção espiritual. Enfim, a vontade de ser livre foi mais forte do que o medo face a uma violência que não tinha mais nenhuma cobertura espiritual. Sentimo-nos agradecidos por esta vitória da liberdade, que foi também e sobretudo uma vitória da paz. E é necessário acrescentar que, embora neste contexto não se tratasse somente, nem talvez primariamente, da liberdade de crer, também se tratava dela. Por isso, podemos de certo modo unir tudo isto também com a oração pela paz.
Mas, que aconteceu depois? Infelizmente, não podemos dizer que desde então a situação se caracterize por liberdade e paz. Embora a ameaça da grande guerra não se aviste no horizonte, todavia o mundo está, infelizmente, cheio de discórdias. E não é somente o fato de haver, em vários lugares, guerras que se reacendem repetidamente; a violência como tal está potencialmente sempre presente e caracteriza a condição do nosso mundo. A liberdade é um grande bem. Mas o mundo da liberdade revelou-se, em grande medida, sem orientação, e não poucos entendem, erradamente, a liberdade também como liberdade para a violência. A discórdia assume novas e assustadoras fisionomias e a luta pela paz deve-nos estimular a todos de um modo novo.
Procuremos identificar, mais de perto, as novas fisionomias da violência e da discórdia. Em grandes linhas, parece-me que é possível individuar duas tipologias diferentes de novas formas de violência, que são diametralmente opostas na sua motivação e, nos particulares, manifestam muitas variantes. Primeiramente temos o terrorismo, no qual, em vez de uma grande guerra, realizam-se ataques bem definidos que devem atingir pontos importantes do adversário, de modo destrutivo e sem nenhuma preocupação pelas vidas humanas inocentes, que acabam cruelmente ceifadas ou mutiladas. Aos olhos dos responsáveis, a grande causa da danificação do inimigo justifica qualquer forma de crueldade. É posto de lado tudo aquilo que era comummente reconhecido e sancionado como limite à violência no direito internacional. Sabemos que, frequentemente, o terrorismo tem uma motivação religiosa e que precisamente o carácter religioso dos ataques serve como justificação para esta crueldade monstruosa, que crê poder anular as regras do direito por causa do «bem» pretendido. Aqui a religião não está ao serviço da paz, mas da justificação da violência.
A crítica da religião, a partir do Iluminismo, alegou repetidamente que a religião seria causa de violência e assim fomentou a hostilidade contra as religiões. Que, no caso em questão, a religião motive de fato a violência é algo que, enquanto pessoas religiosas, nos deve preocupar profundamente. De modo mais subtil mas sempre cruel, vemos a religião como causa de violência também nas situações onde esta é exercida por defensores de uma religião contra os outros. O que os representantes das religiões congregados no ano 1986, em Assis, pretenderam dizer – e nós o repetimos com vigor e grande firmeza – era que esta não é a verdadeira natureza da religião. Ao contrário, é a sua deturpação e contribui para a sua destruição. Contra isso, objecta-se: Mas donde deduzis qual seja a verdadeira natureza da religião? A vossa pretensão por acaso não deriva do fato que se apagou entre vós a força da religião? E outros objectarão: Mas existe verdadeiramente uma natureza comum da religião, que se exprima em todas as religiões e, por conseguinte, seja válida para todas? Devemos enfrentar estas questões, se quisermos contrastar de modo realista e credível o recurso à violência por motivos religiosos. Aqui situa-se uma tarefa fundamental do diálogo inter-religioso, uma tarefa que deve ser novamente sublinhada por este encontro. Como cristão, quero dizer, neste momento: É verdade, na história, também se recorreu à violência em nome da fé cristã. Reconhecemo-lo, cheios de vergonha. Mas, sem sombra de dúvida, tratou-se de um uso abusivo da fé cristã, em contraste evidente com a sua verdadeira natureza. O Deus em quem nós, cristãos, acreditamos é o Criador e Pai de todos os homens, a partir do qual todas as pessoas são irmãos e irmãs entre si e constituem uma única família. A Cruz de Cristo é, para nós, o sinal daquele Deus que, no lugar da violência, coloca o sofrer com o outro e o amar com o outro. O seu nome é «Deus do amor e da paz» (2 Cor 13,11). É tarefa de todos aqueles que possuem alguma responsabilidade pela fé cristã, purificar continuamente a religião dos cristãos a partir do seu centro interior, para que – apesar da fraqueza do homem – seja verdadeiramente instrumento da paz de Deus no mundo.
Se hoje uma tipologia fundamental da violência tem motivação religiosa, colocando assim as religiões perante a questão da sua natureza e obrigando-nos a todos a uma purificação, há uma segunda tipologia de violência, de aspecto multiforme, que possui uma motivação exatamente oposta: é a consequência da ausência de Deus, da sua negação e da perda de humanidade que resulta disso. Como dissemos, os inimigos da religião veem nela uma fonte primária de violência na história da humanidade e, consequentemente, pretendem o desaparecimento da religião. Mas o «não» a Deus produziu crueldade e uma violência sem medida, que foi possível só porque o homem deixara de reconhecer qualquer norma e juiz superior, mas tomava por norma somente a si mesmo. Os horrores dos campos de concentração mostram, com toda a clareza, as consequências da ausência de Deus.
Aqui, porém, não pretendo deter-me no ateísmo prescrito pelo Estado; queria, antes, falar da «decadência» do homem, em consequência da qual se realiza, de modo silencioso, e por conseguinte mais perigoso, uma alteração do clima espiritual. A adoração do dinheiro, do ter e do poder, revela-se uma contra-religião, na qual já não importa o homem, mas só o lucro pessoal. O desejo de felicidade degenera num anseio desenfreado e desumano como se manifesta, por exemplo, no domínio da droga com as suas formas diversas. Aí estão os grandes que com ela fazem os seus negócios, e depois tantos que acabam seduzidos e arruinados por ela tanto no corpo como na alma. A violência torna-se uma coisa normal e, em algumas partes do mundo, ameaça destruir a nossa juventude. Uma vez que a violência se torna uma coisa normal, a paz fica destruída e, nesta falta de paz, o homem destrói-se a si mesmo.
A ausência de Deus leva à decadência do homem e do humanismo. Mas, onde está Deus? Temos nós possibilidades de O conhecer e mostrar novamente à humanidade, para fundar uma verdadeira paz? Antes de mais nada, sintetizemos brevemente as nossas reflexões feitas até agora. Disse que existe uma concepção e um uso da religião através dos quais esta se torna fonte de violência, enquanto que a orientação do homem para Deus, vivida retamente, é uma força de paz. Neste contexto, recordei a necessidade de diálogo e falei da purificação, sempre necessária, da vivência da religião. Por outro lado, afirmei que a negação de Deus corrompe o homem, priva-o de medidas e leva-o à violência.
Ao lado destas duas realidades, religião e anti-religião, existe, no mundo do agnosticismo em expansão, outra orientação de fundo: pessoas às quais não foi concedido o dom de poder crer e todavia procuram a verdade, estão à procura de Deus. Tais pessoas não se limitam a afirmar «Não existe nenhum Deus», mas elas sofrem devido à sua ausência e, procurando a verdade e o bem, estão, intimamente estão a caminho Dele. São «peregrinos da verdade, peregrinos da paz». Colocam questões tanto a uma parte como à outra. Aos ateus combativos, tiram-lhes aquela falsa certeza com que pretendem saber que não existe um Deus, e convidam-nos a tornar-se, em lugar de polêmicos, pessoas à procura, que não perdem a esperança de que a verdade exista e que nós podemos e devemos viver em função dela. Mas, tais pessoas chamam em causa também os membros das religiões, para que não considerem Deus como uma propriedade que de tal modo lhes pertence que se sintam autorizados à violência contra os demais. Estas pessoas procuram a verdade, procuram o verdadeiro Deus, cuja imagem não raramente fica escondida nas religiões, devido ao modo como eventualmente são praticadas. Que os agnósticos não consigam encontrar a Deus depende também dos que creem, com a sua imagem diminuída ou mesmo deturpada de Deus. Assim, a sua luta interior e o seu interrogar-se constituem para os que creem também um apelo a purificarem a sua fé, para que Deus – o verdadeiro Deus – se torne acessível. Por isto mesmo, convidei representantes deste terceiro grupo para o nosso Encontro em Assis, que não reúne somente representantes de instituições religiosas. Trata-se de nos sentirmos juntos neste caminhar para a verdade, de nos comprometermos decisivamente pela dignidade do homem e de assumirmos juntos a causa da paz contra toda a espécie de violência que destrói o direito. Concluindo, queria assegura-vos de que a Igreja Católica não desistirá da luta contra a violência, do seu compromisso pela paz no mundo. Vivemos animados pelo desejo comum de ser «peregrinos da verdade, peregrinos da paz».
Quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Queridos irmãos e irmãs,
distintos Chefes e representantes das Igrejas e Comunidades eclesiais e das religiões do mundo,
queridos amigos,
Passaram-se 25 anos desde quando pela primeira vez o beato Papa João Paulo II convidou representantes das religiões do mundo para uma oração pela paz em Assis. O que aconteceu desde então? Como se encontra hoje a causa da paz? Naquele momento, a grande ameaça para a paz no mundo provinha da divisão da terra em dois blocos contrapostos entre si. O símbolo saliente daquela divisão era o muro de Berlim que, atravessando a cidade, traçava a fronteira entre dois mundos. Em 1989, três anos depois do encontro em Assis, o muro caiu, sem derramamento de sangue. Inesperadamente, os enormes arsenais, que estavam por detrás do muro, deixaram de ter qualquer significado. Perderam a sua capacidade de aterrorizar. A vontade que tinham os povos de ser livres era mais forte que os arsenais da violência. A questão sobre as causas de tal derrocada é complexa e não pode encontrar uma resposta em simples fórmulas. Mas, ao lado dos factores econômicos e políticos, a causa mais profunda de tal acontecimento é de carácter espiritual: por detrás do poder material, já não havia qualquer convicção espiritual. Enfim, a vontade de ser livre foi mais forte do que o medo face a uma violência que não tinha mais nenhuma cobertura espiritual. Sentimo-nos agradecidos por esta vitória da liberdade, que foi também e sobretudo uma vitória da paz. E é necessário acrescentar que, embora neste contexto não se tratasse somente, nem talvez primariamente, da liberdade de crer, também se tratava dela. Por isso, podemos de certo modo unir tudo isto também com a oração pela paz.
Mas, que aconteceu depois? Infelizmente, não podemos dizer que desde então a situação se caracterize por liberdade e paz. Embora a ameaça da grande guerra não se aviste no horizonte, todavia o mundo está, infelizmente, cheio de discórdias. E não é somente o fato de haver, em vários lugares, guerras que se reacendem repetidamente; a violência como tal está potencialmente sempre presente e caracteriza a condição do nosso mundo. A liberdade é um grande bem. Mas o mundo da liberdade revelou-se, em grande medida, sem orientação, e não poucos entendem, erradamente, a liberdade também como liberdade para a violência. A discórdia assume novas e assustadoras fisionomias e a luta pela paz deve-nos estimular a todos de um modo novo.
Procuremos identificar, mais de perto, as novas fisionomias da violência e da discórdia. Em grandes linhas, parece-me que é possível individuar duas tipologias diferentes de novas formas de violência, que são diametralmente opostas na sua motivação e, nos particulares, manifestam muitas variantes. Primeiramente temos o terrorismo, no qual, em vez de uma grande guerra, realizam-se ataques bem definidos que devem atingir pontos importantes do adversário, de modo destrutivo e sem nenhuma preocupação pelas vidas humanas inocentes, que acabam cruelmente ceifadas ou mutiladas. Aos olhos dos responsáveis, a grande causa da danificação do inimigo justifica qualquer forma de crueldade. É posto de lado tudo aquilo que era comummente reconhecido e sancionado como limite à violência no direito internacional. Sabemos que, frequentemente, o terrorismo tem uma motivação religiosa e que precisamente o carácter religioso dos ataques serve como justificação para esta crueldade monstruosa, que crê poder anular as regras do direito por causa do «bem» pretendido. Aqui a religião não está ao serviço da paz, mas da justificação da violência.
A crítica da religião, a partir do Iluminismo, alegou repetidamente que a religião seria causa de violência e assim fomentou a hostilidade contra as religiões. Que, no caso em questão, a religião motive de fato a violência é algo que, enquanto pessoas religiosas, nos deve preocupar profundamente. De modo mais subtil mas sempre cruel, vemos a religião como causa de violência também nas situações onde esta é exercida por defensores de uma religião contra os outros. O que os representantes das religiões congregados no ano 1986, em Assis, pretenderam dizer – e nós o repetimos com vigor e grande firmeza – era que esta não é a verdadeira natureza da religião. Ao contrário, é a sua deturpação e contribui para a sua destruição. Contra isso, objecta-se: Mas donde deduzis qual seja a verdadeira natureza da religião? A vossa pretensão por acaso não deriva do fato que se apagou entre vós a força da religião? E outros objectarão: Mas existe verdadeiramente uma natureza comum da religião, que se exprima em todas as religiões e, por conseguinte, seja válida para todas? Devemos enfrentar estas questões, se quisermos contrastar de modo realista e credível o recurso à violência por motivos religiosos. Aqui situa-se uma tarefa fundamental do diálogo inter-religioso, uma tarefa que deve ser novamente sublinhada por este encontro. Como cristão, quero dizer, neste momento: É verdade, na história, também se recorreu à violência em nome da fé cristã. Reconhecemo-lo, cheios de vergonha. Mas, sem sombra de dúvida, tratou-se de um uso abusivo da fé cristã, em contraste evidente com a sua verdadeira natureza. O Deus em quem nós, cristãos, acreditamos é o Criador e Pai de todos os homens, a partir do qual todas as pessoas são irmãos e irmãs entre si e constituem uma única família. A Cruz de Cristo é, para nós, o sinal daquele Deus que, no lugar da violência, coloca o sofrer com o outro e o amar com o outro. O seu nome é «Deus do amor e da paz» (2 Cor 13,11). É tarefa de todos aqueles que possuem alguma responsabilidade pela fé cristã, purificar continuamente a religião dos cristãos a partir do seu centro interior, para que – apesar da fraqueza do homem – seja verdadeiramente instrumento da paz de Deus no mundo.
Se hoje uma tipologia fundamental da violência tem motivação religiosa, colocando assim as religiões perante a questão da sua natureza e obrigando-nos a todos a uma purificação, há uma segunda tipologia de violência, de aspecto multiforme, que possui uma motivação exatamente oposta: é a consequência da ausência de Deus, da sua negação e da perda de humanidade que resulta disso. Como dissemos, os inimigos da religião veem nela uma fonte primária de violência na história da humanidade e, consequentemente, pretendem o desaparecimento da religião. Mas o «não» a Deus produziu crueldade e uma violência sem medida, que foi possível só porque o homem deixara de reconhecer qualquer norma e juiz superior, mas tomava por norma somente a si mesmo. Os horrores dos campos de concentração mostram, com toda a clareza, as consequências da ausência de Deus.
Aqui, porém, não pretendo deter-me no ateísmo prescrito pelo Estado; queria, antes, falar da «decadência» do homem, em consequência da qual se realiza, de modo silencioso, e por conseguinte mais perigoso, uma alteração do clima espiritual. A adoração do dinheiro, do ter e do poder, revela-se uma contra-religião, na qual já não importa o homem, mas só o lucro pessoal. O desejo de felicidade degenera num anseio desenfreado e desumano como se manifesta, por exemplo, no domínio da droga com as suas formas diversas. Aí estão os grandes que com ela fazem os seus negócios, e depois tantos que acabam seduzidos e arruinados por ela tanto no corpo como na alma. A violência torna-se uma coisa normal e, em algumas partes do mundo, ameaça destruir a nossa juventude. Uma vez que a violência se torna uma coisa normal, a paz fica destruída e, nesta falta de paz, o homem destrói-se a si mesmo.
A ausência de Deus leva à decadência do homem e do humanismo. Mas, onde está Deus? Temos nós possibilidades de O conhecer e mostrar novamente à humanidade, para fundar uma verdadeira paz? Antes de mais nada, sintetizemos brevemente as nossas reflexões feitas até agora. Disse que existe uma concepção e um uso da religião através dos quais esta se torna fonte de violência, enquanto que a orientação do homem para Deus, vivida retamente, é uma força de paz. Neste contexto, recordei a necessidade de diálogo e falei da purificação, sempre necessária, da vivência da religião. Por outro lado, afirmei que a negação de Deus corrompe o homem, priva-o de medidas e leva-o à violência.
Ao lado destas duas realidades, religião e anti-religião, existe, no mundo do agnosticismo em expansão, outra orientação de fundo: pessoas às quais não foi concedido o dom de poder crer e todavia procuram a verdade, estão à procura de Deus. Tais pessoas não se limitam a afirmar «Não existe nenhum Deus», mas elas sofrem devido à sua ausência e, procurando a verdade e o bem, estão, intimamente estão a caminho Dele. São «peregrinos da verdade, peregrinos da paz». Colocam questões tanto a uma parte como à outra. Aos ateus combativos, tiram-lhes aquela falsa certeza com que pretendem saber que não existe um Deus, e convidam-nos a tornar-se, em lugar de polêmicos, pessoas à procura, que não perdem a esperança de que a verdade exista e que nós podemos e devemos viver em função dela. Mas, tais pessoas chamam em causa também os membros das religiões, para que não considerem Deus como uma propriedade que de tal modo lhes pertence que se sintam autorizados à violência contra os demais. Estas pessoas procuram a verdade, procuram o verdadeiro Deus, cuja imagem não raramente fica escondida nas religiões, devido ao modo como eventualmente são praticadas. Que os agnósticos não consigam encontrar a Deus depende também dos que creem, com a sua imagem diminuída ou mesmo deturpada de Deus. Assim, a sua luta interior e o seu interrogar-se constituem para os que creem também um apelo a purificarem a sua fé, para que Deus – o verdadeiro Deus – se torne acessível. Por isto mesmo, convidei representantes deste terceiro grupo para o nosso Encontro em Assis, que não reúne somente representantes de instituições religiosas. Trata-se de nos sentirmos juntos neste caminhar para a verdade, de nos comprometermos decisivamente pela dignidade do homem e de assumirmos juntos a causa da paz contra toda a espécie de violência que destrói o direito. Concluindo, queria assegura-vos de que a Igreja Católica não desistirá da luta contra a violência, do seu compromisso pela paz no mundo. Vivemos animados pelo desejo comum de ser «peregrinos da verdade, peregrinos da paz».
Para reúne 300 líderes religiosos e acadêmicos, alertando para «novas e assustadoras fisionomias» do mal
Bento XVI apelou hoje aos líderes religiosos de todo o mundo reunidos em Assis (Itália) para um empenho conjunto "na luta pela paz" perante as “novas e assustadoras fisionomias” da violência, como o terrorismo.
“Que, no caso em questão, a religião motive de facto a violência é algo que, enquanto pessoas religiosas, nos deve preocupar profundamente”, alertou, durante um encontro que reúne mais de 300 líderes religiosos e académicos, recordando as “vidas humanas inocentes, que acabam cruelmente ceifadas ou mutiladas”.
O Papa considera que, com o terrorismo, “é posto de lado tudo aquilo que era comummente reconhecido e sancionado como limite à violência no direito internacional”.
“Sabemos que, frequentemente, o terrorismo tem uma motivação religiosa e que precisamente o caráter religioso dos ataques serve como justificação para esta crueldade monstruosa, que crê poder anular as regras do direito por causa do «bem» pretendido”, lamentou.
Para Bento XVI, nestes casos “a religião não está ao serviço da paz, mas da justificação da violência”.
O discurso papal criticou as situações em que a violência é “exercida por defensores de uma religião contra os outros”.
“Esta não é a verdadeira natureza da religião. Ao contrário, é a sua deturpação e contribui para a sua destruição”, disse Bento XVI.
Neste contexto, o Papa recordou os momentos em que, “na história, também se recorreu à violência em nome da fé cristã”.
“Reconhecemo-lo, cheios de vergonha. Mas, sem sombra de dúvida, tratou-se de um uso abusivo da fé cristã, em contraste evidente com a sua verdadeira natureza”, observou.
A jornada de oração e reflexão pela paz e a justiça no mundo, na terra natal de São Francisco (1182-1226), celebra a primeira iniciativa do género, promovida por João Paulo II há 25 anos.
Bento XVI passou em revista o cenário mundial neste quarto de século, após a queda do muro de Berlim, que aconteceu “sem derramamento de sangue”.
“A vontade de ser livre foi mais forte do que o medo face a uma violência que já não tinha nenhuma cobertura espiritual. Sentimo-nos agradecidos por esta vitória da liberdade, que foi também e sobretudo uma vitória da paz”, referiu o Papa alemão.
Para Bento XVI, no entanto, “infelizmente” não se pode dizer que “desde então a situação se caraterize por liberdade e paz”.
“Embora a ameaça da grande guerra não se aviste no horizonte, todavia o mundo está, infelizmente, cheio de discórdias”, assinalou.
Esta iniciativa conta com a presença de 17 delegações das Igrejas cristãs do Oriente - incluindo o Patriarca Bartolomeu I de Constantinopla (Igreja Ortodoxa) -, 13 Igrejas ocidentais – entre os quais o primaz anglicano, arcebispo Rowan Willams -, uma representação do Grão Rabinato de Israel (judaísmo) e outros 176 representantes de diversas tradições religiosas, para além de quatro "não crentes".
Do Médio Oriente e dos países árabes chegaram 48 muçulmanos a Assis, cidade na qual se reuniram líderes religiosos em encontros similares convocados por João Paulo II, em 1986, 1993 e 2002.
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Nota da CNBB sobre o "Espírito de Assis"
Nós, Bispos do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB – reunidos de 25 a 27 de outubro de 2011, nos unimos ao Santo Padre Bento XVI que renova, em Assis, o encontro histórico realizado há 25 anos, pelo Beato João Paulo II, com os irmãos de outras igrejas cristãs e diferentes tradições religiosas do mundo.
O tema escolhido pelo Papa Bento XVI, “Peregrinos da Verdade, Peregrinos da Paz”, sugere que o diálogo e a construção da Paz se fundamentam na busca da Verdade e no respeito às diferenças religiosas.
Seguindo a orientação do Papa, entendemos que o diálogo verdadeiro não se confunde com sincretismo, ou com uma religião global que ignore as várias identidades religiosas e culturais.
No mundo atual, marcado por grande crise econômica e, sobretudo, moral, o Encontro de Assis é, para todos, fonte de esperança, porque reúne pessoas de boa vontade, em diálogo sincero e aberto ao mistério de Deus.
Assim as religiões, rejeitando qualquer forma de discriminação e violência, se apresentam ao mundo como sólido caminho de promoção da dignidade humana.
Manifestamos nossa plena comunhão com o Santo Padre por este encontro e agradecemos pela escolha do tema.
Comprometemo-nos, em nossas dioceses, a desenvolver ações que levem a um renovado diálogo com as demais religiões e com todas as pessoas de boa vontade.
Que o Príncipe da Paz oriente os nossos passos no caminho inspirado por São Francisco de Assis que, neste local, se fez instrumento do Senhor, na busca da Verdade e na construção da Paz.
Brasília, 27 de outubro de 2011
Papa apela à paz entre religiões em mundo «dilacerado pelo ódio» em celebração que presidiu na véspera do encontro que vai manter com líderes religiosos de todo o mundo em Assis
Cidade do Vaticano, 26 out 2011 (Ecclesia) – Bento XVI convidou hoje os crentes de todas as religiões a invocarem em conjunto a paz para um “mundo ainda dilacerado pelo ódio, pela divisão, pelo egoísmo, pelas guerras”.
Numa celebração que decorreu no Vaticano, o Papa antecipou o encontro inter-religioso pela paz e a justiça, marcado para esta quinta-feira, em Assis (Itália), desejando que a iniciativa “favoreça o diálogo entre as pessoas de diversas religiões” e que traga “um raio de luz capaz de iluminar a mente e o coração de todos os homens, para que o rancor dê lugar ao perdão, a divisão à reconciliação, o ódio ao amor, a violência à mansidão e que a paz reine no mundo".
Aos católicos, pediu que não cedam "nunca" à tentação de serem "lobos entre os lobos", considerando que não é com "o poder, a força, a violência que o reino de Cristo se estende".
O encontro de Assis assinala os 25 anos do Dia Mundial de Oração pela Paz convocado por João Paulo II, na mesma cidade italiana, reunindo representantes dos vários credos do mundo e, pela primeira vez, também dos que se assumem como ‘não crentes’.
Bento XVI quis transformar a habitual audiência pública das quartas-feiras num momento de oração, em preparação para a jornada de “reflexão, diálogo e oração pela paz e a justiça no mundo”, por ele convocada no início de 2011.
“Conto com a vossa oração pelos representantes das várias religiões que amanhã [quinta-feira] se reúnem em Assis, a bem da justiça e da paz sobre a terra”, disse, em português, aos peregrinos reunidos na sala Paulo VI, onde decorreu a audiência semanal por causa do mau tempo em Roma.
O Papa justificou a escolha do tema ‘Peregrinos da verdade, peregrinos da paz’ para o novo encontro de Assis com a intenção de que o mesmo “trouxesse à tona o compromisso” que gostaria de “renovar solenemente, juntamente com os membros das diversas religiões e também com ateus, sinceros na busca da verdade, na promoção do verdadeiro bem da humanidade e na construção da paz”.
Na sua homilia, Bento XVI falou sobre a figura de Jesus como um “um rei pobre entre os pobres”, “um rei de paz graças ao poder de Deus, ao poder do bem, ao poder do amor”.
“Era um rei que romperia os arcos da guerra, um rei que realizaria a paz na Cruz, unindo a terra e o céu e erguendo uma ponte fraterna entre todos os homens", prosseguiu.
Antes da celebração, o Papa tinha estado na basílica de São Pedro para saudar os fiéis que não conseguiram lugar na sala Paulo VI.
Fonte: http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=87884
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Santo Antônio de Sant'Ana Galvão
25 de outubro é dia do primeiro santo brasileiro. O franciscano Santo Antônio de Sant'Ana Galvão, mais conhecido como Frei Galvão.
Para saber mais sobre sua vida acesse nosso blog "Franciscanos para cada dia", onde publicamos diariamente a vida de franciscanos e franciscanas que, seguindo os passos de Francisco e Clara, buscaram a fidelidade ao Evangelho e alcançaram a honra dos altares.
Confira! Basta um click no link abaixo que você conhecerá nosso blog e poderá se inscrever como seguidor.
http://www.franciscanosparacadadia.blogspot.com/
Envio Missionário em Muriaé
Nossa forania celebrou neste domingo, Dia Mundial das Missões, o envio de mais de trezentos missionários que desenvolverão um trabalho de visitas e animação das comunidades das paróquias da região. Em uma missa na Igreja Matriz da Imaculada Conceição, na Barra, leigos e leigas mostraram-se muito dispostos para a missão, após participarem de vários encontros preparatórios.
Frei Gilberto, na homilia, ressaltou a importância do trabalho missionário na vida da Igreja, pois, em sintonia com o Documento de Aparecida e as Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2011-2015), é urgente que sejamos uma "igreja em permanente estado de missão". Chamou a atenção para alguns pontos da carta do Papa Bento XVI para este dia, entre os quais, a necessidade de sermos missionários entre aqueles que já receberam o primeiro anúncio do Evangelho, muitos dos quais já foram batizados e receberam a Eucaristia, e que hoje afastaram-se da igreja e até mesmo de Deus.
No próximo domingo, dia 30, essa equipe de centenas de missionários estará iniciando seus trabalhos na comunidade de Silveira de Carvalho.
Frei Gilberto, na homilia, ressaltou a importância do trabalho missionário na vida da Igreja, pois, em sintonia com o Documento de Aparecida e as Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2011-2015), é urgente que sejamos uma "igreja em permanente estado de missão". Chamou a atenção para alguns pontos da carta do Papa Bento XVI para este dia, entre os quais, a necessidade de sermos missionários entre aqueles que já receberam o primeiro anúncio do Evangelho, muitos dos quais já foram batizados e receberam a Eucaristia, e que hoje afastaram-se da igreja e até mesmo de Deus.
No próximo domingo, dia 30, essa equipe de centenas de missionários estará iniciando seus trabalhos na comunidade de Silveira de Carvalho.
Papa Bento XVI em Assis
O Papa Bento XVI participará das comemorações dos 25 anos do Espírito de Assis.
Confira em nosso blog: http://www.espiritodeassis.blogspot.com/
sábado, 22 de outubro de 2011
25 anos do Espírito de Assis
O que é Espírito de Assis?
Em 27 de outubro de 1986, João Paulo II realizou um grande sonho: ele convidou os representantes das religiões do mundo a Assis, para que uma única canção de paz, provenientes de muitos corações e em muitas línguas, pudesse ser enviada ao Deus único. Este convite foi aceito por 70 representantes das principais religiões. Eles ofereceram a esperança de um mundo diferente: renovado, profundamente fraterno e verdadeiramente humano. O evento em si trouxe uma importante mensagem: que o desejo de paz é compartilhado por todas as pessoas de boa vontade, mas tendo em conta a situação do mundo e as relações entre os povos, a paz verdadeira só pode ser alcançada através de uma intervenção divina.
A reunião foi de orações. A oração foi desenvolvida no contexto espiritual de cada uma das religiões ali presentes. Os participantes foram convidados a tocar sua interioridade na liberdade, levando a oração de toda a humanidade a Deus. Eles reconheceram que os seres humanos, por si só, não são capazes de alcançar a paz que almejam.
Parece que o clima de fraternidade universal que paira sobre a cidade de São Francisco tocou os corações da pessoas, provenientes das mais diversas origens. Esta experiência foi nomeada como o Espírito de Assis, e, em 1987, na mensagem do Dia Mundial da Paz, também foi chamado de “A Lógica de Assis”. Durante a primeira reunião, na frente da capela da Porciúncula, João Paulo II disse que escolheu “a cidade de Assis como local para este dia de oração, devido ao significado especial do santo venerado aqui, São Francisco, que é conhecido por muitos em todo o planeta como um símbolo de paz, reconciliação e fraternidade. “Desta maneira, o Papa decidiu promover esta iniciativa em nome de São Francisco, o homem que derruba barreiras, e que é irmão de todos.
A comunidade de Santo Egídio, envolvida na iniciativa desde o seu início, tem organizado encontros semelhantes a cada ano, em cidades europeias e mediterrânicas. Em janeiro de 1993, o evento voltou a Assis, durante o tempo da guerra dos Balcãs. João Paulo II, diante da violência extrema e da incapacidade dos países da ex-Iugoslávia de fazer a paz, afirmou que “só na aceitação mútua do outro e no consequente respeito mútuo, fortalecido pelo amor, é que reside o segredo para uma humanidade finalmente reconciliada.”
Quando os planos para a comemoração de 2002 teve início, o Papa, mais uma vez, convidou os líderes religiosos a vir a Assis. O convite veio quando as torres gêmeas ainda estavam fumegando e bombas estouravam em Cabul. A situação mostrava ao mundo que as forças destrutivas do ódio e do terrorismo podiam explodir em qualquer canto do mundo. O Papa pediu às religiões do mundo que se transformassem em instrumentos de paz, pois o ódio e a violência não geram nada além de mais ódio e violência.
Por ocasião do vigésimo aniversário do Espírito de Assis, em 2006, Bento XVI sublinhou a oportunidade da iniciativa dizendo que, embora o mundo tenha mudado, existe ainda uma grande necessidade de buscar caminhos para construir a paz, observando que “... o terceiro milênio começou com cenas de violência e terrorismo que não mostram nenhum sinal de abrandamento”.
Embora pareça que, às vezes, os conflitos religiosos é que dão combustível aos conflitos ao invés de trabalhar para resolvê-los, o Papa afirma: “Quando o sentido religioso alcança a maturidade, ele dá origem a uma percepção naquele que crê de que a fé em Deus, Criador do universo e Pai de todos, deve estimular as relações de fraternidade universal entre os seres humanos. De fato, testemunhos do vínculo estreito que existe entre a relação com Deus e a ética do amor são registrados em todas as grandes tradições religiosas “.
Neste mês vamos comemorar o 25° aniversário do primeiro encontro do Espírito de Assis. Essa comemoração será realizada nos locais originais, na cidade de Assis. Uma mensagem de paz é tão necessária hoje quanto o era há 25 anos, juntamente com um compromisso concreto de construção da paz em nosso mundo. Como Bento XVI afirmou há cinco anos, o mundo mudou desde a primeira comemoração.
Às religiões não é pedido apenas o diálogo, mas sim que esse diálogo possa alcançar a todas as pessoas, sejam elas crentes ou não. Mais ainda, estamos sendo desafiados a ir para além da humanidade, porque a violência está chegando também à criação de Deus.
Há uma consciência crescente em todas as tradições religiosas que o respeito e as relações pacíficas devem ser cultivadas entre todas as pessoas e, da mesma forma, entre as pessoas e todas as criaturas.
Foi somente através de sua forte relação com o Pai que São Francisco foi capaz de ver todas as pessoas e todas as criaturas como irmãos e irmãs.
O mesmo espírito da expressão “Espírito de Assis” nos ajudará a envolver-nos ativamente na promoção da paz.
Seremos fortalecidos se nos unirmos no Espírito de Assis e rezarmos, como nossas respectivas tradições religiosas nos ensinam, para que nos comprometamos com ações concretas que nos permitam enfrentar juntos as ameaças à paz e ao meio ambiente em nosso mundo de hoje.
Uma Espiritualidade Kenótica (do despojamento)
Como seria nosso testemunho se fôssemos enviados a outro país ou a outro lugar diferente do qual vivemos? Qual é o segredo?
O que fundamenta a espiritualidade de um missionário é o despojamento. Kenosis significa esvaziamento. Por isso, aliado a um desejo de esvaziar-se de si a espiritualidade de um bom discípulo que vai ao encontro do “outro” anunciar o Evangelho deve ser permeada de um espírito de hóspede. O coração de um missionário deve ser um coração de hóspede! O hóspede, educado, nada exige, aceitando tudo com amor e humildade. Assim, quando o hóspede não é exigente, preso a seus hábitos domesticados, acaba sendo amado por todos e logo recebe aquilo que de melhor poderia ser oferecido. O despojamento cultural nos abre ao acolhimento do outro. É passar para o outro lado. É uma kénose (anular-se) à imagem de Cristo, que se despojou de suas seguranças, para identificar-se com aqueles a quem foi enviado. Deixar a sua terra é, antes de tudo, deixar a si mesmo, “descalçar-se”, perder as próprias seguranças, depor as armas, sair de si, para deixar-se acolher por outra cultura, onde o Espírito já se encontra e nos espera. O despojamento é necessário para captar os caminhos do Espírito já presente na missão. É Ele que precede o missionário e lhe indica os caminhos...
“O missionário é, assim, o primeiro a ser evangelizado. O Espírito está presente não só na história que o missionário vai encontrar, mas também na cultura e até nas crenças religiosas, como também na sua vida diária. A experiência da missão é um despojamento que permite ao missionário discernir e descobrir um novo rosto de Cristo encarnado nos povos, vivendo a sua história e os seus valores. A missão é sobretudo ajudar o povo a fazer esta descoberta”. É uma kénose, feita de disponibilidade total, de abertura ao outro, de escuta, de silêncio, de contemplação. A missão é mais paixão que ação. É preciso encantamento, apaixonar-se mesmo quando não somos compreendidos e bem acolhidos. Trata-se de se deixar moldar pela missão, de se tornar permeável no encontro com o outro e de acolher o dom alheio.
Com uma espiritualidade kenótica, nós missionários atravessamos fronteiras, não como quem dá, mas como quem recebe. Não vamos para a terra de missão com avançadas tecnologias para modernizar o subdesenvolvimento, com uma cultura superior para civilizar os bárbaros, com uma religião para acabar com as superstições, ou com uma série de verdades reveladas para ensinar aos ignorantes. A espiritualidade kenótica faz de nós missionários uma pessoa da outra margem, do outro lado, que respeita, acolhe e sabe lidar com os desafios das diferenças, seja a cultura, valores, língua-mãe, símbolos nativos, não os rejeitando, mais os acolhendo.
Que o Senhor nos ensine a irmos à missão não impondo mais compondo um cenário de irmãos que constroem um mundo desejoso de solidariedade e paz.
Weisller Jefferson dos Santos - Postulante
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Mensagem do Papa para o Dia Mundial das Missões 2011
“Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós” (Jo 20, 21)
Em ocasião do Jubileu de 2000, o Venerável João Paulo II, ao início de um novo milênio da era cristã, reiterou com força a necessidade de renovar o empenho de levar a todos o anúncio do Evangelho “com o mesmo ímpeto dos cristãos dos primeiros tempos” (Carta ap. Novo Millenium Ineunte, 58).
É o serviço mais precioso que a Igreja pode render à humanidade e à cada pessoa que busca razões profundas para viver em plenitude a própria existência. Por isso, aquele mesmo convite ressoa, a cada ano, na celebração do Dia Mundial das Missões.
O incessante anúncio do Evangelho, de fato, aviva também a Igreja, o seu fervor, o seu espírito apostólico, renova os seus métodos pastorais para que seja sempre mais apropriado às novas situações – também aqueles que requerem uma nova evangelização – e animados pelo lançamento missionário: “A missão renova a Igreja, revigora a fé e a identidade cristã, dá novo entusiasmo e novas motivações. A fé reforça doando-a! A nova evangelização dos povos cristãos encontrará inspiração e sustento no empenho para a missão universal” (João Paulo II, Enc. Redemptoris missio, 2).
Vai e anuncia
Este objetivo vem continuamente reavivado na celebração da liturgia, especialmente da Eucaristia, que se conclui sempre ecoando o mandamento de Jesus ressuscitado aos Apóstolos: “Ide...” (Mt 28,19). A liturgia é sempre um chamado 'do mundo' e um novo envio 'no mundo' para testemunhar aquilo que se experimentou: a potência santificadora da Palavra de Deus, a potência santificadora do Mistério Pascal de Cristo.
Todos aqueles que encontraram o Senhor ressuscitado sentiram a necessidade de anunciar aos outros, como fizeram os dois discípulos de Emaús, depois de terem reconhecido o Senhor ao partir o pão, “levantaram-se na mesma hora e voltaram a Jerusalém. Aí acharam reunidos os Onze e os que eles estavam. Todos diziam: 'O Senhor ressuscitou verdadeiramente e apareceu a Simão'” (Lc 24,33-34).
O Papa João Paulo II exorta a serem “vigilantes e prontos a reconhecer Seu rosto e correr para os nossos irmãos levando o grande anúncio: 'Vimos o Senhor!'” (Carta ap. Novo Millenium Ineunte, 59).
A todos
Destinados ao anúncio do Evangelho são todos os povos. A Igreja, “por natureza é missionaria, porque deriva da missão do Filho e da missão do Espírito Santo, segundo o designo de Deus Pai” (CONC. ECUM. VAT. II, Decr. Ad gentes, 2). Esta é “a graça e a vocação própria da Igreja, a sua identidade mais profunda. Essa existe para evangelizar” (Paulo VI, Exort. ap. Evangelii nuntiandi, 14).
Por consequência, não pode jamais fechar-se em si mesma. Está enraizada em determinados lugares para andar em outros. A sua ação, em adesão à Palavra de Cristo e sobre a efusão da sua graça e da sua caridade, se faz plena e atualmente presente a todos os homens e a todos os povos para conduzi-los à fé em Cristo (cfr Ad gentes, 5).
Este dever não perdeu a sua urgência. Na verdade, “a missão de Cristo redentor, confiada à Igreja, é ainda está bem longe de ser cumprida... Um olhar global da humanidade demostra que tal missão está ainda no início e que devemos nos empenhar com todas as forças ao seu serviço” (João Paulo II, Enc. Redemptoris missio, 1).
Não podemos permanecer tranquilos ao pensamento que, depois de 2000 anos, existem ainda povos que não conhecem Cristo e ainda não escutaram a sua mensagem de salvação.
Não só isso, mas expande as fileiras daqueles que, simplesmente tendo recebido o anúncio do Evangelho, o esqueceram e o abandonaram, não se reconhecem mais na Igreja; e muitos ambientes, também em sociedade tradionalmente cristãs, hoje são refratários ao abrir a palavra da fé.
Aconteceu uma mudança cultural, alimentada também pela globalização, dos movimentos de pensamento e do prevalecente relativismo, uma mudança que leva a uma mentalidade e um estilo de vida que desconsidera a mensagem evangélica, como se Deus não existisse, e que exalta a busca do bem-estar, do ganho fácil, da carreira e do sucesso como objetivo de vida, mesmo às custas de valores morais.
Corresponsabilidade de todos
A missão universal envolve a todos, acima de tudo e sempre. O Evangelho não é um bem exclusivo daqueles que o receberam, mas é um dom a ser dividido, uma bela notícia a comunicar. E este dom-empenho é confiado não somente a alguns, bem como a todos os batizados, aquele “povo eleito, … nação santa, povo de Deus conquistado” (1Pd 2,9), para que proclame as suas obras maravilhosas.
Nem só envolve apenas todas as atividades. A atenção e a cooperação à obra evangelizadora da Igreja no mundo não podem ser limitadas a alguns momentos e ocasiões particulares, e não podem nem mesmo ser consideradas como uma das tantas atividades pastorais: a dimensão missionária da Igreja é essencial e, portanto, vem sempre presente.
É importante que esteja cada batizado e estejam as comunidades eclesiais interessadas não de modo esporádico e ocasionalmente à missão, mas de modo constante, como forma de vida cristã. O mesmo Dia das Missões não é um momento isolado no curso do ano, mas é uma precisa ocasião para parar a fim de refletir se e como respondemos à vocação missionária; uma resposta essencial para a vida da Igreja.
Evangelização global
A evangelização é um processo complexo e compreende vários elementos. Entre eles, uma atenção particular da parte da animação missionária checando se esta sempre foi dada à solidariedade. Este é também um dos objetivos do Dia Mundial das Missões, que, por meio das Pontifícias Obras Missionárias, solicita ajuda para o desenvolvimento dos deverem de evangelização nos territórios de missão.
Se trata de sustentar instituições necessárias para a estabilização e consolidação da Igreja mediante os catequistas, seminaristas, sacerdotes; e também de dar a própria contribuição ao melhoramento das condições de vida das pessoas nos países nos quais mais graves são os fenômenos de pobreza, desnutrição, sobretudo infantil, doenças, carência de serviços sanitários e para a educação. Também isso entra na missão da Igreja.
Anunciando o Evangelho, essa cuida da vida humana num sentido mais pleno. Não é aceitável, dizia o Servo de Deus Paulo VI, que na evangelização deixem de ser considerados os temas que envolvem a promoção humana, a justiça, a liberdade a cada forma de opressão, obviamente no respeito à autonomia da esfera política.
Ignorar os problemas temporais da humanidade significaria “esquecer a lição que vem do Evangelho sobre o amor ao próximo sofredor e necessitado” (Exort. ap. Evangelii nuntiandi, 31.34); não estaria em sintonia com o comportamento de Jesus que “percorria todas as cidades e aldeias. Ensinava nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo mal e toda enfermidade” (Mt 9,35).
Assim, por meio da participação corresponsável para com a missão da Igreja, o cristão torna-se construtor da comunhão, da paz, da solidariedade que Cristo nos doou, e colabora com a realização do plano de salvação de Deus para toda humanidade.
Os desafios que esta encontra, chama os cristão a caminhar juntos aos outros; e a missão é parte integrante deste caminho com todos. Nela nós levamos, mesmo em vasos de cristal, a nossa vocação cristã, o tesouro inestimável do Evangelho, o testemunho vivo de Jesus morto e ressuscitado, encontrado e acreditado na Igreja.
O Dia das Missões revive em cada um o desejo e a alegria de “andar” ao encontro da humanidade levando a todos o Cristo. No Seu nome, de coração vos concedo a minha Bênção Apostólica, em particular aqueles que lutam e sofrem mais por causa do Evangelho.
Vaticano, 6 de janeiro de 2011, Solenidade de Epifania do Senhor
Em ocasião do Jubileu de 2000, o Venerável João Paulo II, ao início de um novo milênio da era cristã, reiterou com força a necessidade de renovar o empenho de levar a todos o anúncio do Evangelho “com o mesmo ímpeto dos cristãos dos primeiros tempos” (Carta ap. Novo Millenium Ineunte, 58).
É o serviço mais precioso que a Igreja pode render à humanidade e à cada pessoa que busca razões profundas para viver em plenitude a própria existência. Por isso, aquele mesmo convite ressoa, a cada ano, na celebração do Dia Mundial das Missões.
O incessante anúncio do Evangelho, de fato, aviva também a Igreja, o seu fervor, o seu espírito apostólico, renova os seus métodos pastorais para que seja sempre mais apropriado às novas situações – também aqueles que requerem uma nova evangelização – e animados pelo lançamento missionário: “A missão renova a Igreja, revigora a fé e a identidade cristã, dá novo entusiasmo e novas motivações. A fé reforça doando-a! A nova evangelização dos povos cristãos encontrará inspiração e sustento no empenho para a missão universal” (João Paulo II, Enc. Redemptoris missio, 2).
Vai e anuncia
Este objetivo vem continuamente reavivado na celebração da liturgia, especialmente da Eucaristia, que se conclui sempre ecoando o mandamento de Jesus ressuscitado aos Apóstolos: “Ide...” (Mt 28,19). A liturgia é sempre um chamado 'do mundo' e um novo envio 'no mundo' para testemunhar aquilo que se experimentou: a potência santificadora da Palavra de Deus, a potência santificadora do Mistério Pascal de Cristo.
Todos aqueles que encontraram o Senhor ressuscitado sentiram a necessidade de anunciar aos outros, como fizeram os dois discípulos de Emaús, depois de terem reconhecido o Senhor ao partir o pão, “levantaram-se na mesma hora e voltaram a Jerusalém. Aí acharam reunidos os Onze e os que eles estavam. Todos diziam: 'O Senhor ressuscitou verdadeiramente e apareceu a Simão'” (Lc 24,33-34).
O Papa João Paulo II exorta a serem “vigilantes e prontos a reconhecer Seu rosto e correr para os nossos irmãos levando o grande anúncio: 'Vimos o Senhor!'” (Carta ap. Novo Millenium Ineunte, 59).
A todos
Destinados ao anúncio do Evangelho são todos os povos. A Igreja, “por natureza é missionaria, porque deriva da missão do Filho e da missão do Espírito Santo, segundo o designo de Deus Pai” (CONC. ECUM. VAT. II, Decr. Ad gentes, 2). Esta é “a graça e a vocação própria da Igreja, a sua identidade mais profunda. Essa existe para evangelizar” (Paulo VI, Exort. ap. Evangelii nuntiandi, 14).
Por consequência, não pode jamais fechar-se em si mesma. Está enraizada em determinados lugares para andar em outros. A sua ação, em adesão à Palavra de Cristo e sobre a efusão da sua graça e da sua caridade, se faz plena e atualmente presente a todos os homens e a todos os povos para conduzi-los à fé em Cristo (cfr Ad gentes, 5).
Este dever não perdeu a sua urgência. Na verdade, “a missão de Cristo redentor, confiada à Igreja, é ainda está bem longe de ser cumprida... Um olhar global da humanidade demostra que tal missão está ainda no início e que devemos nos empenhar com todas as forças ao seu serviço” (João Paulo II, Enc. Redemptoris missio, 1).
Não podemos permanecer tranquilos ao pensamento que, depois de 2000 anos, existem ainda povos que não conhecem Cristo e ainda não escutaram a sua mensagem de salvação.
Não só isso, mas expande as fileiras daqueles que, simplesmente tendo recebido o anúncio do Evangelho, o esqueceram e o abandonaram, não se reconhecem mais na Igreja; e muitos ambientes, também em sociedade tradionalmente cristãs, hoje são refratários ao abrir a palavra da fé.
Aconteceu uma mudança cultural, alimentada também pela globalização, dos movimentos de pensamento e do prevalecente relativismo, uma mudança que leva a uma mentalidade e um estilo de vida que desconsidera a mensagem evangélica, como se Deus não existisse, e que exalta a busca do bem-estar, do ganho fácil, da carreira e do sucesso como objetivo de vida, mesmo às custas de valores morais.
Corresponsabilidade de todos
A missão universal envolve a todos, acima de tudo e sempre. O Evangelho não é um bem exclusivo daqueles que o receberam, mas é um dom a ser dividido, uma bela notícia a comunicar. E este dom-empenho é confiado não somente a alguns, bem como a todos os batizados, aquele “povo eleito, … nação santa, povo de Deus conquistado” (1Pd 2,9), para que proclame as suas obras maravilhosas.
Nem só envolve apenas todas as atividades. A atenção e a cooperação à obra evangelizadora da Igreja no mundo não podem ser limitadas a alguns momentos e ocasiões particulares, e não podem nem mesmo ser consideradas como uma das tantas atividades pastorais: a dimensão missionária da Igreja é essencial e, portanto, vem sempre presente.
É importante que esteja cada batizado e estejam as comunidades eclesiais interessadas não de modo esporádico e ocasionalmente à missão, mas de modo constante, como forma de vida cristã. O mesmo Dia das Missões não é um momento isolado no curso do ano, mas é uma precisa ocasião para parar a fim de refletir se e como respondemos à vocação missionária; uma resposta essencial para a vida da Igreja.
Evangelização global
A evangelização é um processo complexo e compreende vários elementos. Entre eles, uma atenção particular da parte da animação missionária checando se esta sempre foi dada à solidariedade. Este é também um dos objetivos do Dia Mundial das Missões, que, por meio das Pontifícias Obras Missionárias, solicita ajuda para o desenvolvimento dos deverem de evangelização nos territórios de missão.
Se trata de sustentar instituições necessárias para a estabilização e consolidação da Igreja mediante os catequistas, seminaristas, sacerdotes; e também de dar a própria contribuição ao melhoramento das condições de vida das pessoas nos países nos quais mais graves são os fenômenos de pobreza, desnutrição, sobretudo infantil, doenças, carência de serviços sanitários e para a educação. Também isso entra na missão da Igreja.
Anunciando o Evangelho, essa cuida da vida humana num sentido mais pleno. Não é aceitável, dizia o Servo de Deus Paulo VI, que na evangelização deixem de ser considerados os temas que envolvem a promoção humana, a justiça, a liberdade a cada forma de opressão, obviamente no respeito à autonomia da esfera política.
Ignorar os problemas temporais da humanidade significaria “esquecer a lição que vem do Evangelho sobre o amor ao próximo sofredor e necessitado” (Exort. ap. Evangelii nuntiandi, 31.34); não estaria em sintonia com o comportamento de Jesus que “percorria todas as cidades e aldeias. Ensinava nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo mal e toda enfermidade” (Mt 9,35).
Assim, por meio da participação corresponsável para com a missão da Igreja, o cristão torna-se construtor da comunhão, da paz, da solidariedade que Cristo nos doou, e colabora com a realização do plano de salvação de Deus para toda humanidade.
Os desafios que esta encontra, chama os cristão a caminhar juntos aos outros; e a missão é parte integrante deste caminho com todos. Nela nós levamos, mesmo em vasos de cristal, a nossa vocação cristã, o tesouro inestimável do Evangelho, o testemunho vivo de Jesus morto e ressuscitado, encontrado e acreditado na Igreja.
O Dia das Missões revive em cada um o desejo e a alegria de “andar” ao encontro da humanidade levando a todos o Cristo. No Seu nome, de coração vos concedo a minha Bênção Apostólica, em particular aqueles que lutam e sofrem mais por causa do Evangelho.
Vaticano, 6 de janeiro de 2011, Solenidade de Epifania do Senhor
Tradução: Nicole Melhado
Boletim da Santa Sé
sábado, 8 de outubro de 2011
Festa de Nossa Senhora do Rosário
Na sexta, 07 de outubro, celebramos, com grande solenidade, a Festa da Padroeira de Rosário da Limeira. Foi um dia bastante cheio e de muita alegria!
Pela manhã fizemos um passeio ciclistico, contando com mais de duzentos ciclistas de idade muito variadas, vale ressaltar a presença alegre e disposta de Sr. Adelino, com seus 88 anos de idade, Ministro da Eucarista e companheiro dos frades na idas à zona rural. Foi um passeio ecológico, com direito a passeio na mata e caldo de cana.
Na parte da tarde foi realizada uma carreta com a imagem de Nossa Senhora do Rosário (ou melhor, as imagens, pois duas quebraram ao longo da carreata...). Passamos pelas ruas da cidade, pelo Ancorado e Pirapanema. A população sempre recebia com muita alegria e devoção a padroeira.
À noite, milhares de pessoas se reuniram para a procissão e missa solene. Logo após a missa uma animada festa. Show com a Banda Unção, de Muriaé, leilões, bingo e muita coisa gostosa.
Um dia para não ser esquecido pelos limeirenses! Que Nossa Senhora do Rosário olhe sempre por nós!
Algumas fotos do Passeio Ciclístico:
Pela manhã fizemos um passeio ciclistico, contando com mais de duzentos ciclistas de idade muito variadas, vale ressaltar a presença alegre e disposta de Sr. Adelino, com seus 88 anos de idade, Ministro da Eucarista e companheiro dos frades na idas à zona rural. Foi um passeio ecológico, com direito a passeio na mata e caldo de cana.
Na parte da tarde foi realizada uma carreta com a imagem de Nossa Senhora do Rosário (ou melhor, as imagens, pois duas quebraram ao longo da carreata...). Passamos pelas ruas da cidade, pelo Ancorado e Pirapanema. A população sempre recebia com muita alegria e devoção a padroeira.
À noite, milhares de pessoas se reuniram para a procissão e missa solene. Logo após a missa uma animada festa. Show com a Banda Unção, de Muriaé, leilões, bingo e muita coisa gostosa.
Um dia para não ser esquecido pelos limeirenses! Que Nossa Senhora do Rosário olhe sempre por nós!
Algumas fotos do Passeio Ciclístico:
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Caminhada em Belisário
A Verdge Aventuras, de nosso amigo Eliab, conseguiu a aprovação da Anda Brasil para a realização de uma caminhada no entorno da Serra do Brigadeiro. O envento acontecerá no dia 13 de novembro. Vamos participar!
Festa de São Francisco
Celebramos, com muita solenidade e alegria, a festa de Nosso Pai Seráfico São Francisco de Assis. Um bem participado tríduo antecedeu a Solenidade de 04 de Outubro. No dia 03, os jovens de Pirapanema apresentaram o Transitus de São Francisco de Assis. Encenaram os últimos momentos do Pobre de Assis junto aos seus irmãos, antes de abraçar a Irmã Morte. No dia do Patrono da Ecologia, Frei Gilberto presidiu a Eucaristia que teve como tema: "Maria e Francisco ensinam-nos a preservar e defender a natureza dos seus inimigos".
Que São Francisco nos ajude a vivermos com autenticidade o Evangelho!
Que São Francisco nos ajude a vivermos com autenticidade o Evangelho!
terça-feira, 4 de outubro de 2011
Saudades de Francisco
Nosso amigo e irmão Tom de Minas compôs uma bela música em honra de nosso Pai Seráfico São Francisco. Vale à pena conferir!
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
4 de Outubro: Francisco de Assis - Um Projeto de Vida para nossos tempos
Ao celebrarmos a Solenidade de nosso Pai São Francisco, bate em nosso coração um forte sentimento de saudade. Temos saudades do Francisco apaixonado pela vida, do Francisco irmão de toda criatura, do Francisco pobre e companheiro dos pequenos e excluídos, do Francisco peregrino e forasteiro, do Francisco cantor da alegria e do sofrimento, do Francisco de Clara, de Antônio e de cada um de nós.
Mas, esse sentimento não pode reduzir-se a um simples recordar, nostálgico e melancólico, mas tornar-se realidade, atitude concretas, principalmente a todos os que se dão o adjetivo de “franciscanos e franciscanas”. Ser franciscanos e tornar atual o carisma do Poverello de Assis, é trilhar caminhos de fraternidade, de solidariedade, minoridade e oração.
Neste dia festivo somos convidados a avaliar nossa caminhada e firmarmos propósitos evangélicos, afinal, esta é a vida de todo e qualquer franciscano: viver o Evangelho.
Viver o Evangelho em minoridade.
Ser para o mundo sinal de contradição. Numa sociedade que prega a busca de status, poder, sermos sinais de simplicidade, de desapego. Não queremos ser donos nem senhores. Para tal, urge que tenhamos novas posturas frente aos títulos e privilégios que a sociedade confere aos membros da hierarquia e religiosos; aos títulos e honrarias que são oferecidos aos estudados, em detrimento dos que não tiveram acesso a uma educação de qualidade; na execução dos papéis sociais, não assumindo atitudes autoritárias, de imposição e inibição dos irmãos.
Viver o Evangelho em pobreza.
Não desejar ter além do necessário para uma vida digna. É inconcebível pensar franciscanos e franciscanas preocupados com aplicações financeiras, rendimentos bancários, especulações imobiliárias, lucros... o sinal mais eloqüente da vivência franciscana do Evangelho é a vida de pobreza, onde, em solidariedade com os menos favorecidos de nossa sociedade, buscamos viver o despojamento, o pão-de-cada-dia, a confiança na Providência Divina. Cuidarmos da nossa maneira de vestir, de alimentar, de consumir... Trabalhar nossos desejos, não querendo apropriarmo-nos de bens e pessoas.
Viver o Evangelho em fraternidade.
Sentirmo-nos irmãos de toda criatura. Sonharmos a fraternidade universal com Francisco e Clara. Reconhecermos em cada pessoa a imagem do Criador, não desprezando ninguém, nem as julgando inferiores e, muito menos, desprezíveis. Sermos sinais de misericórdia e acolhida, apoio e conforto nas dificuldades, solidariedade e compaixão nos sofrimentos. Estabelecermos relações firmadas nas pessoas e em sua dignidade, não em seus bens ou posições sociais. Construirmos relações firmadas na verdade e no respeito ao outro, com autenticidade e respeito às diferenças.
Viver o Evangelho em comunhão com toda a natureza.
Em tempos de acelerada destruição e violação dos direitos da natureza, somos convocados à missão de defesa e cuidado com toda forma de vida. Unirmos nossa voz às vozes de tantos homens e mulheres que buscam proteger as matas, as nascentes, a qualidade do ar que respiramos, a Mãe Terra, em ONGs, Associações e Movimentos Ecológicos. Buscarmos uma qualidade de vida, com alimentação adequada, mais natural e menos artificial.
Viver o Evangelho em espírito de oração.
Sermos pessoas orantes, contemplativas, em constante busca da vontade do Senhor. Mantermos um diálogo aberto com o Pai, em momentos de oração pessoal e comunitária; buscarmos lugar de deserto e de silêncio; cultivarmos a leitura da Bíblica como prática cotidiana, exercício de intimidade com o Pai; alimentarmos práticas devocionais que nos aproximem da Virgem Maria e dos Santos, autênticos praticantes do Evangelho.
Viver o Evangelho em pureza de coração.
Desejar apenas uma coisa: viver o Evangelho, servindo ao Senhor na construção de seu Reino. Sermos puros e sinceros em nossa vivência com o Senhor, não desejando o mal e nem sendo instrumentos de discórdias. Não nos perdermos na imensidão das ofertas que o mundo de hoje nos apresenta, colocando a centralidade de nossa vida em Jesus Cristo em sua proposta de vida.
Viver o Evangelho em construção da paz.
Viver o Evangelho em construção da paz.
Em tempos de guerra e de cotidianas cenas de violência, sermos sinais de paz, de diálogo e entendimento. Anunciarmos um tempo de paz com atitude de não-violência, de defesa da justiça e da dignidade de cada criatura. A paz está intimamente ligada à justiça, por isso não podemos ser coniventes com estruturas de morte que invadem as vidas das pessoas, roubando-lhes sua dignidade.
Viver o Evangelho... Simplesmente viver...
Que São Francisco de Assis, o jovem de Assis que, em seu tempo, foi um sinal eloqüente do Projeto de Vida de Jesus Cristo, nos inspire a assumirmos audazes e corajosas opções em favor da vida.
Que não nos acomodemos na segurança das instituições e do capital, assumindo discursos que justifiquem tais posições, vivendo a hipocrisia da aparência e do farisaísmo tão atacada por Jesus nos Evangelhos.
Que sonhemos um sonho de paz, de harmonia, de consciência de nossa minoridade, mas da certeza que com Deus somos muito mais, se dermos as mãos e formarmos a grande fraternidade sonhada por Francisco.
Feliz dia de Nosso Pai São Francisco!
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